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sábado, 24 de maio de 2008

história do cordel feminino

Na história do cordel, a grafia da mulher praticamente não foi publicada, muitas mantêm seus cordéis em manuscrito. Talvez a única publicação que dê destaque a uma mulher cordelista seja a de Maristela Barbosa de Mendonça. O apagamento nesse contexto cultural impediu que muitas mulheres com vontade de cantar ou escrever, manifestassem seus talentos. O cuidado com a família, a valorização da piedade e o esquecimento do prazer, é nitidamente o que a civilização patriarcal incutiu nas mulheres, e nos homens, como sendo anseios naturais dos sujeitos femininos.

pesquisa

Além de escrever cordel, também faço uma pesquisa sobre Cultura Popular e exclusivamente a autoria feminina de cordel, na Paraíba. Ainda tenho poucos nomes, mas espero continuar com esse trabalho e conseguir um bom resultado. Eis aqui alguns nomes: Maria Diva, Maria Godelivie, Maria de Fátima Coutinho, Clotilde Tavares, Zilma Ferreira Pinto, Mª Julita Nunes, Francisquinha Medeiros, Maria de Lourdes Nunes Ramalho, Maria das Graças Cavalcante Freitas, Maria das Neves Batista Pimentel, Maria do Socorro Cavalcante Soares, Judith Jovithe das Neves, Rumana e sua irmã Clarice, faço restritamente uma representação, dentre dezenas que serão apresentadas em outro momento.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

DE PROFESSORA À CORDELISTA

DE PROFESSORA À CORDELISTA


Amigo, caro amigo
Contar pra você eu vou
Quase me aposentando
Foi aparecendo um pavor
Pavor de ser esquecida
E assim tudo começou.

Matutando o que fazer
Na Universidade cheguei
Como tava decidida
Fui lá, me matriculei
Vi Cultura Popular
Logo me identifiquei.

Agora eu digo a você
E peço pra me escutar
Essa idéia de escrever
Pra minha história contar
Surgiu da necessidade
Da minha memória apurar.

Preparei pra despedida
De professora uma poesia
Fechar com chave de ouro
Era tudo o que eu queria
Ia deixar a minha escola
E era assim que eu dizia:

“Aqui eu vou registrar
31 anos de história
Nas muitas salas de aula
Que para mim é uma glória
Vou contar tudo a vocês
Que eu fiz por merecer
E conto agora a vitória”

A vida da professora
Num cordel eu destrinchei
E com 25 estrofes
Minha trajetória contei
O que me deixou feliz
Foi que a muitos agradei.

Continuei escrevendo
Tudo eu queria registrar
O povo da minha casa
Passou a se incomodar
Mas eu não me intimidei
E comecei logo a pensar:

“Essa coisa de escrever
Pra muito veio me ajudar

Cada vez que me aperreiam
Mais versos eu vou criar
Para mostrar pro cordel
O quanto eu vou ser fiel

A esse dom que Deus me dá".

LITERATURA DE CORDEL

A literatura de cordel, criação de poemas em versos publicados em folhetos, é um dos filões mais ricos da cultura popular. Com o seu estilo particular, o cordelista faz na sua composição poética uma mistura de fato e ficção. Relata os fatos com poder de criação e liberdade de expressão de cada poeta.
“Essa poesia caminha inexoravelmente para a absolescência. à medida que as tradições rurais vão sendo engolidas pelas novas modalidades da arte popular urbana trazidas pelos modernos meios de comunicação de massa – o rádio, a televisão, o cinema – não Snecessita de muletas, nem de caridade. Anda por seus próprios pés. Possui técnicas e excelências nada desprezíveis e por vezes surpreende o poeta cultivado não só pela diretidade de sua linguagem, como pela sutileza e achados imprevistos”.Campos. 1988, p. 257.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Literatura de cordel

A literatura de cordel é um dos veios mais abundantes da cultura popular. Sua história inicia-se na Idade Média e no Renascimento com o romanceiro luso-espanhol.
No mundo antigo, a escrita se organizava de forma rítmica e repetitiva. Eram usados refrões na elaboração de documentos, nos rituais, na composição de hinos com a intenção de facilitar a compreensão e memorização de seus conteúdos. A poesia em língua portuguesa surge no final do século XI. A poesia palaciana apresenta seu próprio ritmo e melodia, obtidos a partir da métrica, da rima, das sílabas tônicas e átonas.
Trazida pelos portugueses, a Literatura de cordel chegou ao Brasil desde o início da colonização. Foi através deles que a poesia trovadoresca difundiu-se pelo nosso país. Os folhetos brasileiros começaram a ser impressos na metade do século XIX, despontando com suas características próprias e se incorporando ao regional e ao folclórico.