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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Santa Luzia - padroeira da minha cidade natal



Vou falar de uma virgem
Que muita história deixou
História de vida e fé
De sofrimento e de dor
Conto orgulhosa e atenta
Tudo o que a moça passou.

Luzia foi uma jovem
Que através da humildade
Foi proclamar ao Deus vivo
Vivendo em castidade
Com amor pelos humildes
Praticando a caridade.
Uma cidade paganada.

O mundo inteiro conhece
A história de Luzia
Viveu no sul da Itália
E todo mundo sabia
Do seu exemplo de fé
Do bem que a todos fazia.
...
Ameaçada de estupro
Mas firme na decisão
Queria sempre ser casta
Pra sua santificação
Templo do espírito Santo
Era assim seu coração.

Luzia disse ao juiz:
―Meu Deus não vai me julgar
Se à força oferecer
Incensos para adorar
Aos ídolos, sem vontade
Para os homens agradar.

Foi dando provas de fé
Que a virgem confiou
Numa proteção divina
Ao juiz desafiou
Uma mensagem de Paulo
Pr’aquele homem citou.

O “Tudo posso Naquele
Naquele que fortalece”
Dito pela virgem Luzia
Pr’aquele homem parece
Causou ainda mais ira
O homem quase enlouquece.

O seu nobre pretendente
Que a tudo assistia
Fez uma outra tentativa
Para convencer Luzia
Dava outra oportunidade
Casar com ela queria.

Fez-lhe muitos elogios
Falou da convicção,
Enalteceu sua beleza,
E de anjo a sua feição,
Do seu olhar a pureza,
De fiel o coração.

A legenda popular
Narra a sua decisão
De arrancar os seus olhos
Pra oferecer ao então,
Jovem fidalgo e ao mundo
Causando admiração.

Contam ainda de outros olhos
Que em Luzia surgiram
Mais perfeitos e radiantes
No seu rosto todos viram
Que era Santa, acreditaram
E isso não omitiram.

A virgem foi resistindo
A investida jogada
Com sua superioridade
Que por Jesus foi lhe dada
Mas piche, azeite e resina
No seu corpo foi jogada.

Fizeram grande fogueira
Do seu corpo padecido
Subiram as labaredas
Mas Luzia, tenho lido,
Saiu ilesa da fúria
Daquele povo perdido.

Demonstrativo de fé
Dessa jovem sofredora
Que quando de olhos fechados
Era uma boa oradora
Chamava sempre por Deus
Da Palavra uma cumpridora.

O juiz com grande raiva
Ao seu soldado ordenou
A morte da virgem Santa
Que na história ficou
Atravessando uma espada
No seu pescoço, a matou.
...

Era 13 de dezembro
Do ano 303
Luzia deixava o mundo
E muita falta ela fez
Deixou como ensinamento
Exemplo de fé, altivez.

Na cidade Siracusa
Seu corpo foi sepultado
E para Constantinopla
Bem depois foi transportado
À Imperatriz Teodora
Esse corpo foi doado.

A virgem de quem eu falo
É a nossa Santa Luzia
Que belo exemplo de fé
Nessa donzela se via
Fazer homenagem a ela
Há muito tempo eu queria.


trechos do poema "O martírio de uma virgem" de minha autoria

sábado, 10 de dezembro de 2011

convite de casamento em cordel


Estamos preparando o casamento do bombeiro Rodolfo e da enfermeira Sheila



Convite feito em cordel ( este não foi entregue)

Aos 21 de janeiro
Queremos lhe convidar
Fique este dia conosco
Venha nos prestigiar
Rodolfo e Sheila irão
Bem felizes para o altar.

Contamos com a sua presença
Para esses jovens abençoar
Igreja de Nossa Senhora
Da Conceição, será lá
Que juntos vamos torcer
Para esse amor sempre durar!

Para uma festa bonita
Estamos nos preparando
Veja nas fotos acima
No que estamos trabalhando
Pra lhe oferecer docinhos
Rosas vamos confeccionando.

nelcimá morais (a mãe do noivo)

sábado, 15 de outubro de 2011

Parabéns, professor!

HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR*

Migro pelo universo
No reverso do que sou
Para descrever em verso
O dia do Professor
Incluindo ele e ela
O signo MESTRE revela
Num sentido mais profundo
A constância de um querer
Arquitetando um saber
Na estrutura do mundo

Não seja apenas durante
A passagem desse dia
Mas, que perdure adiante
Essa homenagem sadia
Que toda a humanidade
Tome sensibilidade
E consciência do amor
E sinta na substância
O valor, a importância
Da função de Professor.

Mais que ator e atriz
No espetáculo da sala
Procura fazer feliz
A geração a quem fala
Às vezes estira o passo
E mediante o cansaço
Se vale da devoção
Supera a corrida louca
Busca força onde tem pouca
Mas cumpre sua missão.

Enfrenta horas de pico
Nos valores de um querer
E muitas vezes faz bico
Pra poder sobreviver
Mas, o poder, sem piedade,
Nega ao povo, na verdade,
O saber que ele merece
E o poderoso malvado
Torna o povo alienado
E ao professor desconhece.

O mandante vive rindo
No paraíso de Adão
Desfrutando e se nutrindo
Para os tempos de eleição
Muita conversa bonita
Promessa e banda que agita
Para melhor convencer
Custe o preço que custar
Tudo ele pode gastar
Pra se manter no poder

O povo padece as dores
Por ele não tem ninguém
Senão esses professores
Que o valorizam tão bem
Nas vastas salas de aula
Nos lugares onde falam
Com muita simplicidade
A mensagem de ação
Faculta ao povo a noção
Da sua realidade.

Enquanto o mestre prepara
As aulas com mui labor
O mandante fecha a cara
Pra punir o professor
Faz-lhe a vida complicada
Aumenta sua jornada
Tira gratificação
Mas o mestre não se abate
Embora o salário falte
Se orgulha da profissão.

O Professor tem a luz
Que vem das auras silvestres
Descendente de Jesus
Que foi o mestre dos mestres
Provou que o ensino muda
O conhecimento ajuda
Na constante evolução
Que funciona mudando
Pra mudar funcionando
Conforme a superação.

O exemplo da grandeza
De São Francisco de Assis
Que buscou na natureza
Um modo de ser feliz
Ao falar aos animais
Do jeito que um mestre faz
Dinamizando harmonia
Da vida una e serena
Embala o ecossistema
Com suma sabedoria.

Outros Mestres, cuja chama
Ao mundo iluminou
Buda, Confúcio e Brahma
Fraternas luzes de amor
E outros sábios da história
Que marcaram na memória
Os grandes ensinamentos
Paulo Freire, o Professor
Na voz do povo o valor
E na palavra o alimento.

Converte em felicidade
O que seriam agruras
Prepara a sociedade
Para as gerações futuras
Desde que a gente é criança
Vem dos Mestres a substância
Fruto da experiência
Ensina e também aprende
E o aluno compreende
A sua eficiência.

Mas, às vezes, seu dilema
Sensivelmente extravasa
Vem aluno com problemas
Originados em casa
O professor acha um jeito
De corrigir o defeito
Deixando a tal questão pronta
Mas essa pessoa crua
Às vezes, o vê na rua
Mas nem sequer lhe fez conta.

Somente a educação
Traz ao povo o seu valor
O novo e a tradição
Pela voz do Professor
Êta, que profissão bela!
Tanto dele quanto dela
Gêneros unificados
Deles depende o futuro
Esses Heróis tão seguros
Merecem ser respeitados.

Viva o Dia dos Mestres!
....................................................................

João Pessoa, PPLP - 14. 10. 2011

(*) Nélson Barbosa de Araújo
Doutor em Letras

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Nossa Senhora do Rosário


Na minha querida Santa Luzia estão celebrando, nesta semana, a festa de Nossa Senhora do Rosário. É uma grande festa, na qual se destacam os festejos dos negros do Rosário.




UMA LENDA DA SENHORA DO ROSÁRIO

Ao povo bom sertanejo
Eu quero agora dizer
Há muita coisa passada
Que jamais vamos esquecer
São lembranças valiosas
Que nos faz enriquecer.

Como sou uma amante
Da cultura popular
Pra vocês faço questão
De com orgulho mostrar
Aquilo que mais me recorda
E também dela falar

Das lembranças que eu guardo
No meu humilde coração
Cito uma para vocês
Que nunca vou esquecer, não,
É da festa do Rosário
Que pra mim é um festão.

Nossa Festa do Rosário
É assim denominada
Culturalmente ela é
Pelo povo pesquisada
Reúne uma multidão
Por ser uma festa animada.

Sempre no mês de outubro
Essa festa é celebrada
A Senhora do Rosário
Que por todos é amada
Traz os seus filhos de longe
Querendo lhe ver ornada.

Ornada por seus festejos
Chamando muita atenção
Com os negros do Rosário
Arrasando coração
Mostram seus reis e rainhas
No meio da multidão.

Manifestações folclóricas
É o que você vai encontrar
São muitos grupos formados
Querendo se destacar
Congos, reisado e pontões
E outros lá vão estar.

Tem a cabaçal, uma banda,
E um cortejo real
Tudo em grande comitiva
Faz uma mostragem legal
Mostram o ciclo do rosário
Que pra eles é ideal.

O novenário e a quermesse
A comida típica, então,
Muita dança e muito canto
É assim a manifestação
Alegram nossa cidade
Nos enchendo de emoção.

Pra entender essa festa
Decidi ir pesquisar
Isso que eu falo aqui
Fui em Santa Luzia encontrar
Agradeço a Bernadete
Que muito veio me ajudar.

Destrincho com muito orgulho
Aquilo que pesquisei
Com a ajuda da amiga
Muita informação busquei
E digo para você:
Muito emocionada fiquei.

O social elevado
Do ex-escravo irmão
Foi idéia de um padre
Jesuíta em ação
Chamava-se Gabriel
Um homem de coração.

Formou uma irmandade
Com essa veneração
Foi fundada no Brasil
Com uma preocupação
Elevar o social
Também a religião.

Irmandade do Rosário
É bonita a sua história
Fala de uma aparição
Que pros negros foi uma glória
Receberam a proteção
De Nossa Senhora, uma vitória!

Essa virgem apareceu
Com um rosário na mão
Na cidade de Luanda
Só não foi no Brasil, não,
Foi numa cidade africana
Que se viu sua aparição.

No alto de uma montanha
Nossa Senhora se via
O homem branco tentou
Trazer a imagem queria
Para uma igreja local
Mas o homem não conseguia.

Lá sempre estava a imagem
Com um rosário na mão
Todo dia amanhecia
No lugar da aparição
E os negros observando
Pois lhes chamava a atenção.

Resolveram um belo dia
Aquela imagem buscar
Prepararam instrumentos
Esperaram a folga chegar
Com pífano, bombo e outras coisas
Foram a imagem encontrar.

Foi uma grande surpresa
O que viram acontecer
Os brancos ficaram mudos
E a você vou dizer
Foi muito fácil pros negros
Conseguir a virgem trazer.

Os negros trouxeram a virgem
E na capela colocaram
Foi um dia de emoção
A muitos emocionaram
Eles ganharam o dia
Porque a imagem buscaram.

A partir desse momento
A virgem permaneceu
Na capela do local
E o branco entendeu
Aquele valor histórico
E um bom nome lhe deu.

Os brancos deram seu nome
Pra ficar reconhecida
“A protetora dos negros”
Ficou assim conhecida
A nação negra então
Ficou bem agradecida.

Observe os detalhes,
A riqueza encontrada
Na lenda da aparição
Pelo negro cultivada
São os louros da cultura
Do negro valorizada.

Nelcimá – J. Pessoa – 20 /05/09.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O arcanjo Rafael



Em homenagem ao padroeiro da minha paróquia, que está em festa, resolvi contar a sua história do meu jeitinho.

Eu ouvi num belo dia
Alguém contar uma história
Sobre a vida de uma jovem
Que conseguiu uma vitória
Ela tinha uma maldição
E um anjo a fez cantar glória.

Foi aí que decidi
Para mim era importante
Mostrar ao povo cristão
Esse fato interessante
Preste atenção, meu amigo
O caso é impressionante.

A história desse anjo
Eu queria muito contar
Mas as minhas informações
Não davam pra completar
Este humilde cordel
E tive que pesquisar.

Pesquisei na Internet
Ao povo fui perguntar
Procurei a vida dos anjos
E o que eu queria encontrar
Busquei na Bíblia Sagrada
No livro de Tobias está.

No Antigo Testamento
Cita o anjo Rafael
Simbolizando poder
Como também Gabriel
Fidelidade e glória
E mais um anjo Miguel.

Seu nome significa
A expressão “Deus te cura”
Sua maior característica
Nunca perde a estrutura
Está naquele que pede
E sua ajuda procura.

Esse Deus que cura leva
Os homens a encontrar
O caminho que procura
Para crises superar,
Pedem a São Rafael
Pra sua doença curar.

O grande anjo Rafael
Da saúde é um guardião
Age também no espírito
Deixando-o forte e são
Nas horas de desespero
Nos acalma o coração.

O arcanjo Rafael
Dizia ser Azarias
Apareceu disfarçado
Filho do grande Ananias
Companheiro de viagem
Daquele jovem Tobias.

Rafael foi enviado
Para Tobit curar
De sua grande cegueira
E para sara livrar
Do demônio Asmodeu
Que lhe vinha atormentar.

Ela vivia perseguida
Pelo demônio jurada
Que matou sete maridos
Com quem Sara foi casada
Durante noite de núpcias
Deixando-a desesperada.

Tobias tinha um destino
Pra com a moça casar
Temia que aquele demônio
Fosse também lhe matar
Mas Rafael prometeu:
Nenhum mal vai lhe afetar.

Foi aí que Rafael
Um remédio lhe ensinou:
No quarto nupcial,
Na hora que você for,
Faça o que vou lhe dizer
Não se esqueça, por favor!

Com o queimador de incenso
Pode pra Sara pedir
Queime o coração e o fígado
Fazendo a fumaça subir
O demônio fugirá
Quando o seu cheiro subir.

Os pais da moça ali
Não continham a agonia
Ficaram lá esperando
O que sempre acontecia
Mas Tobias confiou
No que Rafael dizia.

Obedecendo ao amigo
Fez o que foi lhe mandado
Livrou Sara do demônio
Executou com cuidado
O dever que por um anjo
A Tobias foi confiado.


A fama de São Rafael
Como um bom curador,
Isso, também pesquisei,
Num belo rio começou
Tobias foi lavar os pés
E um peixe da água saltou.

Esse peixe que saltou
Queria seu pé devorar
Rafael disse ao jovem
Você pode o peixe pegar
Não deixe ele fugir
Tobias consegue agarrar.

Atendeu àquele anjo
Queria nele confiar
Que mandou pegar o peixe
E fosse o seu fel tirar
Dizendo que era remédio
E muito mal ia curar.

Pediu que tirasse o fígado
E também o coração
Que pra espantar demônio
Fazia-se uma queimação
Demônio sumia pra sempre
No meio do fumação.

Vou falar também do fel
Que por Tobias foi tirado
Pra mancha branca nos olhos
Ele era muito indicado
Provou assim com Tobit
De sua cegueira curado.

São Rafael, grande santo
Veio pro mundo em missão
Curar os pobres e ricos
E sem pedir permissão
Chegou com função divina
Não admitia omissão.

Na história de Rafael
Ensinamento de vida ficou
Lutar pelos seus irmãos
Com muito afinco lutou
Indo em busca de Deus
Medicina para os seus
Amando e sendo doutor.


Nelcimá Morais

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

APRESENTAÇÃO DE CORDEL NO DIA DO FOLCLORE







Aproveitei o momento de comemoração de Dia do Folclore para recitar o cordel de minha autoria: Travessuras do Saci Pererê.
A Escola Estadual Antônio Pessoa recebe a contribuição de um grupo de amigos da escola que a torna cada vez mais inovadora. Como é o caso do poeta Polibio Alves, entre outros.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aldeia Flor D'água





Um paraíso,minha gente!
Encontrei neste lugar
E fica aqui no Nordeste
D'uma beleza sem par
É fonte de água jorrando
E seu corpo vai banhando
Até lhe purificar.

Isto aqui é uma prova
Que Deus também visitou
Nossa terra que sofrida
Brota também o amor
Zela pela natureza
Que a mão divina deixou.

Textos e fotos de Nelcimá Morais

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O pico do yayu





O Pico do Yayu, ou Pedra do Yayu, localiza-se a 10 km da cidade de Santa Luzia, com uma altitude de 606 m. O pico é exce­lente para a prática de escalada e rapel, com uma belíssima paisagem para contemplação. O por do sol no alto do Yayú apre­senta beleza única.
Já a Serra do Yayu, fica distante 14 quilômetros de Santa Luzia, apresenta diferentes formas até ser alcançada, dependendo do ângulo em que é observada. Em determinado momento, lembra o Pão de Açúcar, do Rio de Janeiro. Localizada a 300 metros de altitude do nível do mar, é um convite natural à escalada. Uma boa dica é iniciar a subida por volta das 15 horas para chegar a tempo de ver o pôr-do-sol lá do alto. A experiência é inesquecível. Quem não se incomodar de descer à noite, pode demorar um pouco mais no pico da serra e, com um pouco de sorte, ter a lua à disposição em um cenário magnífico. Depois, é só fazer rapel. Para as pessoas que não querem se submeter a riscos desnecessários, o apoio de equipes experientes na prática deste tipo de esporte é imprescindível. Qualquer vacilo, será fatal. O uso de protetor solar, além de roupas e calçados adequados para andar no solo seco e, em alguns trechos, pedregoso e espinhoso, também é obrigatório para evitar arranhões.
O nome da Serra do Yayu tem origem em uma história que atravessa gerações em Santa Luzia. Contam os mais velhos que uma índia perseguida por um morador local, Teodósio Oliveira Ledo, procurou refúgio na serra. Encontrada, ela foi açoitada até a morte. Antes de morrer, teria gritado a expressão Yayu, que possui significados divergentes entre os historiadores. Alguns traduzem a expressão como "Ali, Deus" e outros como "Morro Espinhoso".

Fontes: http://praibasimsenhor.blogspot.com/2009/01/pico-yay.html
http://www.santaluzia.pb.gov.br/index.php?pg=noticias&id=89

A PERSEGUIÇÃO DE UMA ÍNDIA NO PICO DO YAYU

Aqui em Santa Luzia
Existe um monte isolado
Indo para São Mamede
Ele fica bem dum lado
Dividindo as duas cidades
De YAYU é chamado.

YAYU é gigante
Um filho da natureza
Quem olha de bem distante
Vê quão grande é sua riqueza
Aqueles que passam ali
Admiram a sua grandeza.

Muitos índios lutadores
Ao teu lado batalharam
Vivendo com suas mulheres
Que a ele as confiaram
Redemoinho e tempestade
Nunca lhe incomodaram.

Gigante observador
Fitando o céu com ternura
Vem nos trazer emoção
Tanta beleza perdura
Mostre bem para os seus filhos
Essa tão bela figura.

Há uma lenda que diz
Das sílabas pronunciadas
Que formando YA YU
Duas podem ser contadas
Ditas por uma mulher
E até hoje lembradas.

Essa lenda ainda conta
Que era indígena a mulher
Fugindo de Teodósio
Por ser um branco qualquer
Correu em busca do morro
Que pra ela era um Pajé.

Ficou lá refugiada
Uma cabana construiu
E quando à procura d’água
Um dia a índia saiu
Não reparou que um branco
Bem de longe a perseguiu.

A índia foi perseguida
E quando foi alcançada
Diante dos traidores
Ela ficou acuada
Olhava sempre pro pico
Querendo ser abençoada.

Na subida desse monte
A índia não escapou
Sabia que ia morrer
E para o monte apontou
Fitando bem o seu pico
E YAYU exclamou.

YAYU foi um grito
No instante de sua morte
Era uma mulher anônima
Imaginamos seu porte
Seria uma linda história
Se ali houvesse um repórter.

YA seria advérbio
Depois de bem pesquisado
Significando ALI
E o YU estudado
Seria o “SER SUPREMO”
Dando esse resultado.

YAYU é um pico
Com muita interpretação
Seu Ademar pesquisou
Essa esquisita expressão
Pra ele seria ALI, DEUS!
Será que há tradução?

Aquela mulher indígena
Que ao sozinha ficar
Num morro bem desolado
Tivesse a procurar
O mistério do YU
Para uma história deixar.

Talvez dentro dela houvesse
Muita pergunta a fazer
Por que essa destruição
De sua gente ao querer
Viver com honestidade
Sem a ninguém ofender?

Para aqueles bárbaros brancos
Muito queria dizer
Que destruíram sua gente
Sem mesmo a ninguém temer
Que ali estava DEUS
O GRANDE E SUPREMO SER.

Por isso digo a vocês
De tanta interpretação
Essa é mística e inspirada
Parece na solidão
Na imponência do morro
Caracterizando a impressão.

Mostro aqui mais um estudo
Dum grande pesquisador
De José Elias Borges
Um profundo conhecedor
Dos topônimos indígenas
Dessa estória um sabedor.

Ele decifra outra coisa
Do YAYU uma tradição
Diz que é morro espinhoso
Mostrando convicção
Mas o que importa é que a lenda
Envolve a população.
Nelcimá Morais

A Cruz da Menina




A Cruz da Menina
Eu vou contar pra vocês
a história d´uma menina
que nasceu lá no sertão
uma alma nordestina
e que teve sua infância
tirada na ignorância
de uma madrasta malina.

Seu nome era Francisca
Chiquinha devia ser
uma menina querida
com as irmãs a crescer
quando uma seca maldita
lhe fez a pior desdita
botando tudo a correr.

Foi aqui na Paraíba
que o ocorrido se deu
lá em Patos de Espinharas
foi bem lá que aconteceu
essa história interessante
dessa família penante
e que até já morreu.

Quem nasce lá no sertão
duas coisas pode ter
ou ser muito abençoado
ou ter vindo pra sofrer
ter vindo viver uma graça
ou pagar uma desgraça
na medida do viver.

Lá se conta uma história
de uma nordestinada
que nasceu só pra sofrer
desde o dia da chegada
a seca tirou-lhe o brilho
e a dor foi o seu trilho
de inocência apagada.

Uma família sem nome
sofrendo uma seca cruel
passando de arretirada
a pé debaixo do céu
confiou em adoção
uma filha do coração
a um casal bem fiel.

Para não morrer de fome
essa menina foi dada
a esse casal de nome
foi assim tão confiada
e partiram pelo mundo
o primeiro e o segundo
sem saber qual das estradas.

Neste sertão sem porteira
o sol faz sua seara
o mundo nos apresenta
dizendo logo de cara
que a vida nasce de cacho
quem quiser saia de baixo
em Patos das Espinharas.

Nessa ribeira querida
onde a beleza existe
na fulorada da terra
na vida que sempre insiste
sou obrigado a contar
no decorrer do narrar
uma história bem triste.

Em pleno século XX
no ano de 23
arreparem a tragédia
em outubro, 11 do mês
numa noite escurecida
Francisca perdeu a vida
vou contar só pra vocês.

Nasceu em família pobre
fugida de seca braba
um casal de arretirante
por amor a filha salva
e dando por doação
a filha do coração
para outras duas almas.

Domila e Absalão
o casal agraciado
em vez de criar Francisca
com amor e com cuidado
aproveitaram a questão
usaram da escravidão
cometeram esse pecado.

Francisca, pobre coitada
não podia nem brincar
vivia sua infância
somente pra trabalhar
olhando pela janela
c´uns olhos brincava ela
com as crianças do lugar.

Domila saiu à noite
foi buscar Absalão
deixando Francisca em casa
ainda lavando o chão
que depois de terminado
devia dar por fechado
janela, porta e portão.

Francisca se esqueceu
de fechar a tal janela
Domila quando chegou
estufou logo a titela
pensando qu´era ladrão
depois de buscar em vão
se lembrou loguinho dela.

Acordou a pequenina
debaixo de cacetada
com a trave da janela
lhe castigou de pancada
e sem a menor razão
tentada lá pelo cão
matou Francisca a paulada.

Embrulharam a menina
ainda de madrugada
e lá fora da cidade
entre pedras foi jogada
encontrada noutro dia
foi aquela agonia
e a Deus encomendada.

Botaram ali uma cruz
enfeitaram c´umas fitas
Justiniano passava
sofrendo uma seca maldita
e se botou a pedir
numa oração pr´ela ouvir
numa promessa bendita.

O pedido era de água
pro mundo não padecer
o que já vinha sofrendo
não deu outra, pode crer
água veio de montão
um mar saía do chão
o milagre era de ver.

Pelo milagre alcançado
necessidade suprida
Justiniano agradece
fazendo ser construída
uma Capela formosa
para a menina bondosa
por sua prece atendida.

Por conta dessa Capela
um parque ali se formou
abriu-se a boca do céu
pra terra esse anjo olhou
intercedendo por quem
rezando dizendo amém
precise do Criador.

Quem recebe um milagre
pedido numa oração
sabe do qu´estou falando
sabe dessa emoção
pois quem tem crença na terra
esperança não enterra
enquanto for um cristão.

Cheio dessa devoção
o romeiro agradecido
vem no parque humildemente
vem trazer em seu sentido
e assim como eu boto
deposita seu ex-voto
do milagre merecido.

Tem um dia todo ano
calendário da Igreja
que todo romeiro sonha
todo coração almeja
enfeitar todos os postes
festejar o Pentecostes
o fiel assim deseja.

A festa começa cedo
entra pela madrugada
procissão levando a Santa
o luzeiro na estrada
o romeiro agradecido
reza o terço no sentido
de Francisca abençoada.

A menina dessa cruz
inda não reconhecida
hoje é Santa do Povo
é fiel e é querida
e ao lado do sacrário
ilumina o santuário
de Maria concebida.

Foi escrava nessa terra
mas ganhou o paraíso
fulorou nosso sertão
aguou o mais preciso
deu perfume a nossa vida
nesse chão de tanta lida
com o ar de seu sorriso.

Francisca, nossa menina!
ajude nossos irmãos
rogai pelos desprovidos
amansai nosso patrão
enchei a vida de flores
recebei nossos amores
em troca desse sertão.

Construído pelo Estado em 1993, com o apoio da
Prefeitura de Patos-PB e sua Diocese, o Santuário da
Cruz da Menina se presta a lembrar a pequena
Francisca, morta no ano de 1923, adorada e vene-
rada nos dias de hoje como uma Santa do Povo.

Cordelista Marco di Aurélio

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A pedra do Tendó










(Fotos minhas)

É muito gratificante ficarmos por algum tempo nesse local que nos enche de emoção. Como são belos e grandiosos os feitos do Nosso Criador. Além de curtirmos a vista panorâmica, ainda podemos degustar das comidas típicas (buchada) e lavarmos as mãos como fazíamos nos tempos da vovó.


Escrito por Administrator
As várias lendas da Pedra do Tendó

A pedra do Tendó serviu de inspiração a vários poetas e sobre ela correm inúmeras lendas. Distante, aproximadente, três quilômetros de Teixeira, faz parte da Reserva Ecológica criada em 16 de outubro de 1992.
Segundo alguns, o nome Tendó é atribuído ao grito desesperado de uma vítima que, após ferrenha discussão e luta com um inimigo, teria caído no abismo. Tem dó Era o apelo que ecoava ao longe captado por moradores das proximidades, como pedido de clemência.
Em registro vernacular, Tendó significa abrigo. O local de fato, era usado pelos tropeiros, servindo de pouso durante as viagens feitas pelos comerciantes que partiam das Espinharas em destino a Pernambuco.
Com uma altitude aproximadamente 800 metros, o bloco cristalino que aflora de cima do morro é circundado por rochas graníticas isoladas. Conhecida como a "pedra que geme", ou que chora, tem apavorado muitas pessoas e aguçado a curiosidade de outras. Na realidade, o fenômeno é explicado pelo eco produzido pela propagação do som.
Como a pedra do Tendó está localizada à margem da estrada que liga Patos a Teixeira, a ela é atribuído outro fato extraordinário. Uma força energética age possibilitando a subida dos veículos na ladeira, mesmo estando desligado o moto. O fenômeno, para alguns viajantes e moradores da área, é atribuído aos poderes da pedra.(NOTA do WebMaster: "Na verdade este é um fenômeno explicado pela Física, como a inclinação da Serra é maior que a inclinação da ladeira que é de sentido oposto, faz com que o carro esteja descendo a serra e não subindo a ladeira pelo efeito da força da gravidade).
Outra lenda diz respeito aos inúmeros acidentes envolvendo pessoas atraídas pela imensidão do precipício.
Há o caso dos irmãos Clarindo e Ramiro. Este último, noivo de Juliana, teria encontrado a sua amada juntamente com o irmão, num passeio romântico, sobre a pedra. Assustados por terem sido flagrados, teriam perdido o equilíbrio e mergulhado para a morte.
Contam os antigos que Ramiro não teve mais sossego depois desse acidente, tendo desaparecido. Tempos depois, caçadores teriam encontrado trapos de pano, servindo de ninho às aves da redondeza, e afirmaram ser restos da roupa do rapaz.
Segundo narram o crédulos, em noite de lua aparece ao longe a imagem de um casal, passeando sobre a rocha; noutro local, surge uma figura, lamentando-se da traição sofrida e do complexo de culpa por ter provocado a morte dos entes queridos.
Há ainda a versão de que o irmão traído se atracara com o traidor e este teria caído no abismo aos gritos tem dó, e que Juliana, tendo enlouquecido, vivera por muito tempo, rondando o local em busca do seu amado.
A ex-prefeita de Teixeira, Sra. Rita Nunes Pereira, construiu uma santuário, onde colocou uma imagem de Nossa Senhora das Graças, que é visitada por diversas romarias. A prefeita teria recebido uma carta de um funcionário do Detran em João Pessoa, que nunca teria ouvido falar na tal pedra, e que sonhara com Nossa Senhora das Graças e no sonho ela dizia que enviasse uma carta a prefeita de Teixeira para que ela colocasse numa pedra, chamada tendó, uma imagem de Nossa Senhora das Graças, pois Teixeira fora escolhida para a passagem do seu filho quando voltasse à Terra.
O mais interessante foi quando, abriram a pedra pra fazer a gruta para Santa e já estava lá o local oco, e até um pequeno pedestal, para ser colocada a imagem. Algumas pessoas que fizeram promessas lá, já tiveram seus pedidos atendidos.

Xavier, Maria do Socorro Batista. De Canudos a Teixeira.,2000
Escrito por Administrator
A maldição do Teixeira pelo Padre Ibiapina
Na gente do Teixeira, perdurou por muito tempo a memória da maldição que o Pe. Ibiapina lançou sobre o Teixeira. Quando surgia alguma desgraça ou tragédia, logo se ouvi o comentário: " E' a poeira das sandálias do Padre Ibiapina, que paira sobre o Teixeira".

O Padre Ibiapina fizera missões na serra do Teixeira, e ali iniciara com auxilio do povo a construção do cemitério, que posteriormente recebeu a benção (07/06/1860) em outra santa missão pregada pelo capuchinho Frei Serafim. Isso, antes do inicio do paroquiato do vigário Bernardo. Logo que este chega, desencadeia-se uma onda de crimes e cangacerismo, enlutando as famílias Teixeirenses e criando um abismo de ódio e vinganças. E' nesse ambiente que volta o Pe. Ibiapina. A 20 de janeiro de 1864, escrevia o Teixeirense em seus ataques polêmicos: "Tivemos também a honrosa visita do Rev. Ibiapina; prestou revenatas serviços. Deixou em começo uma casa de Caridade. Caridade nesta terra, teatro de malversações e de crimes! Procurou conciliar os espíritos, mas uns tais Dantas que aqui temos para nosso flagelo e dos habitantes do lugar, não quiseram conciliar". Diante disso, o Padre Ibiapina lançou o seu repto profético.

"O estado deste termo e' horrível, seu paradeiro será fatal. Por sua devassidão e' uma Sodoma. O Reverendo Ibiapina já' declarou que o castigo dos céus estava iminente. Sendo convidado para vir de novo aqui missionar, recusou, declarando que em lugar, onde a virtude vive suplantada e aterrada, e o vicio e o crime progredindo e florescendo, não podia assistir sem que primeiro o castigo de Deus se fizesse conhecido certo".

Como o contexto da a entrever, o objetivo da maldição não foi diretamente o povo Teixeirense, mas sim "o vicio do crime", bem como a recusa de conciliação. Alias, a politicagem suja, o banditismo, a desunião das famílias foram sempre visto por muitos Teixeirenses como a verdadeira maldição do Teixeira. O Pe. Ibiapina só' teria denunciado a causa de uma " maldição " já' existente.

Textos retirados do site: Teixeirapb.com.br

terça-feira, 26 de julho de 2011

Divulgando o cordel

Amigos,
Se for possivel divulguem este evento para mim.
Um abraço a todos,
Dalinha

CORDEL NA FLIT

O Governo do Estado do Tocantins, por meio da Secretaria de Educação realizará, no período de 25 de julho a 03 de agosto de 2011, em Palmas, a Feira Literária Internacional do Tocantins – FLIT.

O cordel que vem tendo um ano promissor terá um espaço especial na FLIT. Além de cordelistas, repentista e declamadores de vários Estados a ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, convidada, terá boa parte de seu colegiado participando deste evento.
O Presidente Gonçalo Ferreira da Silva, Mestre Azulão, Chico Salles Moreira de Acopiara, Manoel Monteira e eu Dalinha Catunda uma saia entre tantas calças.

Farei o recital: “Sertaneja, Sim Senhor!” Em duas apresentações, nos dias 30 e 31. Além de nossas apresentações teremos o espaço Estação Cordel na Praça dos Girassóis para expor e vender nossos cordéis
O Cordel de Saia dará mais informações no decorrer da semana.
Abaixo um poema de minha autoria para Palmas:
*
BELA DAMA DO CERRADO

Palmas, linda capital
No centro desta nação
Totalmente programada
Assim foi tua construção
Muito bem arborizada
E vendo-a fico encantada
E até faço louvação.
*
És maior em Tocantins
Mimosa flor do cerrado,
Tão jovem e tão bonita
Bem segura em teu traçado
Olhando tuas palmeiras
Relembro minha Ipueiras
Que até hoje é meu condado.
*
A Palma do buriti
Que é farta no Jalapão
E também é encontrada
Pras bandas do meu sertão.
Bela dama do cerrado,
Neste encontro bem marcado
Roubaste meu coração


--

Dalinha Catunda
www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com

domingo, 3 de julho de 2011

Paraíba em verso










tema: Literatura popular - O caso do cordel

Objetivo: Fomentar a discussão sobre a importância deste tipo de literatura na cultura nordestina, a utilização de tecnologias da informação e divulgação a produção regional da literatura de cordel.
Dia: 05 de julho de 2011
Local: Auditório 211 do CCSA, ás 19:30h.

Atrações culturais:
Pescoçinho da Paraíba
Beto Brito (lançando seu novo cordel)

palestrantes:
Professora Beth Baltar
e convidados

sexta-feira, 1 de julho de 2011

São João em Sta Luzia/PB






Esta é a minha cidade
Este é o meu São João
Amo demais minha terra
Mas lá eu não vi cordel, não,
Fiquei muita chateada
Por tamanha omissão.

Barraca pra todo lado
Muita gente pra dançar
Mas esqueceram um pouquinho
Da Cultura popular
Cordel e artesanato
Ninguém encontrou por lá.

Terra de grandes poetas
Muito artista popular
É gente bem criativa
Muita coisa pra mostrar
Saindo de sua cidade
Pro seu bem apresentar.

Todo artista merece
O seu produto vender
Não sei qual foi o motivo
Por que quiseram esconder?
Uma barraquinha de cordel
Nos ia favorecer.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Os dizê de seu Nem

Tá no cabo da enxada
Na estaca dum mourão
Naquele pau de galão
Com lata dipindurada
Tá na sombra da latada
Tá na páia do coquêro
No claro dum candiêro
No barro dum pé de pote
Ta no estalo do chicote
E no aboio do vaquêro.

No chêrin daquela terra
Assim quando a chuva cai
O Sol se amoita e num sai
Se esconde por trás das serra
Nada mais num se emperra
Fica tudo bem bonito
Desde o boi inté o cabrito
Dos cachorro a gataiada
Homi, véi, muié safada
De feliz se oiçe os grito.

Tá na corda do violão
Plangente na calmaria
Tá num solo, na harmonia
Batida e marcação
Aperriando o coração
Tá no ritmo do pandêro
Na esperteza do violêro
Na maneira do improviso
Que mexe inté com o juízo
De um modo bem verdadêro.

Tá nas prosa nordestina
De toda forma contada
Nas budega, nas calçada
Onde o caba se atina
Bem ligeiro se anima
No embalo ritmado
Do cordel elaborado
Pelo caba bem matuto
Que na vida é tão astuto
Que incanta gente aos punhado.

No sabor de uma aguardente
Tomado de uma lapada
E com a careta armada
O caba até trinca o dente
Debaixo dum solzão quente
O matuto, o beradêro
Nordestino, Brasileiro
Se apruma e sai andando
De feliz cantarolando
Pelo mei do tabulêro.

Tá também é na vivênça
Do povo batalhador
Que sempre com muito amor
Respeita as suas crença
Que sempre que pode pensa
Nas vida tal como é
No povo que tem sua fé
E em todo tipo de santo
E tanto alegre ou em pranto
Sabe bem o que é que quer.

Tá numa arataca armada
Armadilha do destino
Tá nos tempo de menino
Brincadêra, presepada
No decorrer da jornada
Tá nessa revelação
Tá na imaginação
Tá em todo o pensamento
Tá no prazer do momento
E é do todo o coração.

Tá na cara estampada
Toda a fome e a pobreza
Tá na vida sertaneja
Em toda seca enfrentada
Na lavoura castigada
Tá na aridez do sertão
Na esperança do povão
Tá nesse calor ardente
Tá no olhar sempre pra frente
E no amor por esse chão.

Naquela mão calejada
Que desliza suavemente
Por aquele corpo ardente
Da sua mulher amada
Sua musa idolatrada
Onde encontra inspiração
Pra quem o seu coração
Se enche de alegria
Dia e noite, noite e dia
Com muita satisfação.

Todo amor, simplicidade
Esse encanto e a formosura
O sentido e a doçura
Da minha bela cidade
Sem me faltar com verdade
Seu Nem já me dizia
Isso lá em Santa Luzia
Que o matuto paraibano
Seu lugar segue lembrano
Até o fim dos seus dia.

Paulo Cesar Dantas - DO blog Peleja de paraibano

sábado, 4 de junho de 2011

E viva a cavalhada

Nesta manhã 23
De junho - 2009
Surgem profundas lembranças
E o saudosismo me envolve
Revejo com entusiasmo
O que o povo promove.

Desde bem pequenininha
Em Santa Luzia vivi
E aqui na avenida
Cavalhada sempre assisti
Era o azul e o encarnado
E pelo azul eu torci.

Revendo agora a avenida
Da cultura popular
Assisto a grande espetáculo
Do povo desse lugar
A cavalhada, acredito
Nunca ela saiu de lá.

É pra mim um espetáculo
Jorrado na natureza
É cavalo e cavaleiro
Entrelaçando a beleza
Das cores se contrastando
Mostrando a sua grandeza.

Apresentaram pra todos
Que ali tavam assistindo
Outros veios da cultura
Com o povo aplaudindo
Corrida do saco e do ovo
E o grupo Aruanda vindo.

Ao grupo da cavalhada
O Aruanda se juntou
E uma grande euforia
Com o povo também formou
Foi um momento belíssimo
Que até cavalo dançou.(Santa Luzia-PB)

(reapresentação da postagem)
Nelcimá Morais

Quadras ao Senhor São João

Dizendo o que eu tenho em vista
Faço agora o meu louvor
Ao Senhor São João Batista
Primo de Nosso Senhor.

Dêem-me senhores, licença
Para em meu verso falar
Da beleza e santidade
Do santo que vou louvar.

Uns lhe fazem brincadeiras,
outros, fogueira e balão.
Eu lhe fiz estas quadrinhas
Tiradas do coração.

Lembrando que em profecias
Nos foi São João prometido
De Izabel e Zacarias
O precursor foi nascido.

Ah! Que bonito menino
De cabelo cacheado!
O meu São João pequenino
Ao carneirinho abraçado.

No deserto foi criado
E alimentado com mel
Até que fosse enviado
Ante o povo de Israel.

Roupas de pele vestindo
Rude cajado na mão
Vai sua missão cumprindo
A batizar no Jordão.

Os caminhos preparando,
Voz a clamar no deserto!
Vai o Cristo anunciando,
Dizendo – “Deus está perto.

E Daquele que anuncio,
E já entre vós é chegado,
Desatar-Lhe não sou digno
As correias do calçado”.

Assim disse, e, assim, um dia,
Chega o Senhor dos Senhores
E o batismo lhe pedia
Em meio dos pecadores.

Tanto a esperá-Lo, destarte,
São João Lhe interroga assim:
Eu quem devia buscar-te!
E és Tu quem me vens a mim!?

E o Mestre lhe diz, então:
- Vem-Me cumprir o previsto.
E ali, no rio Jordão,
João batizou Jesus Cristo.

Depois, tendo assim cumprido
Seu mistério e Fé
Foi morto por um pedido
Da perversa Salomé.

Ah! Que bonito menino
De cabelo cacheado!
O meu São João pequenino
Ao carneirinho abraçado.

Meu São João martirizado
Pelas maldades de Herodes,
Hoje no céu assentado
Rogar por nós, bem que podes?!

No céu te assentas fagueiro
Num salão engalanado,
De Jesus o pregoeiro
Pelos anjos festejado...

Roga por nós, São João
Que o povo em ti acredita.
E ao som do xote e baião
Tua festa é tão bonita.

Aqui te alteiam nos mastros
Pelas noites brasileiras
Sob a luz que vem dos astros
E ao clarear das fogueiras.

Mas dizem que no teu dia
Ficas, São João, a dormir?
Assim a minha poesia,
Meu Santo, não vais ouvir!?

Acorda! Se está dormindo,
Que Santo não tem cansaço
E escuta o que estou pedindo
Na louvação que te faço.

Se és Santo casamenteiro,
Meu Santo Senhor São João,
Traz de volta o cavalheiro
A quem dei meu coração.

ZILMA FERREIRA PINTO – poetisa paraibana erudita-popular
>

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A peleja do caboclo com o cabeludo da mulher



Para o querido leitor
Um assunto eu vou narrar
A história de um caboclo
Que conheci num lugar
Do sertão paraibano
Seu nome vou ocultar.

Pra se contar qualquer fato
Personagem tem que ter
Vou inventar outro nome
Pra você me entender
Se eu disser o verdadeiro
Problemas pra mim vai ter.

Vou chamá-lo de Zequinha
Que é um nome popular
Era homem bem machista
Via-se até no olhar
Casado, bem cuidadoso
Vigiava sempre o seu par.

Sua senhora dizia
Do seu cuidado excessivo
Quando alguém batia na porta
Ficava apreensivo
Ali tinha alguma coisa
Que lhe deixava opressivo.

Essa coisa de que eu falo
Pertencia a sua mulher
Vou chamá-la de Maria
Que era mãe de André
Dona de casa e bodega
E mulher de muita fé.

Zequinha, homem vistoso
Chamava muita atenção
Falava com todo mundo
A todos dava a sua mão
Mas o que era de Maria
Ninguém tinha direito não.

Era um ciúme danado
E Maria até gostava
O cuidado de Zequinha
A ela não incomodava
Sentia-se bem protegida
O seu marido a amava.

Esse casal bem distinto
Vivia da agricultura
Como o povo mais antigo
Não tinha muita cultura
Do cabeludo dizia:
"Esse aqui ninguém mistura".

Dizia não misturar
A coisa bem preciosa
A fruta da sua mulher
Que era bem saborosa
e dizia a todo mundo:
"Essa é deliciosa".

De tanto o homem falar
A fruta ficou famosa
E Maria cheia de fama
Tinha que ser corajosa
Amansar o seu Zequinha
E ainda arrumar prosa.

Enchia a sala de gente
Ia do cabeludo provar
O povo vinha da rua
E passava a comprovar
Exigia de Zequinha
Queria a fruta comprar.

Pra não desgostar o homem
O anoitecer aproveitava
Ou então de madrugada
Porque Zequinha não acordava
Bem distante da cidade
O silêncio ali reinava.

Até na rua o povo
Do doce da fruta sabia
E quando era dia de feira
A paciência do homem enchia
Chegava a cogitar
Que lá ia passar o dia.

Zequinha foi amansando
E começou a liberar
A ida daquela gente
Para no sitio entrar
E com seu consentimento
A fruta saborear.

Era um sitio bem bacana
Com um rio a deslizar
As águas por trás da casa
E barreiras pra pular
Muita mangueira se via
e um umbu pra invejar.

Lá tinha muito umbuzeiro
E o povo da rua sabia
Tirava umbu escondido
Levava pra feira e vendia
Mas tinha um pé de umbu
Que ali ninguém mexia.

Era um umbu cabeludo
Duma doçura sem par
Maria saia cedinho
E ia ali apanhar
Uma vasilha cheinha
Pra durante o dia chupar.

Só ela tinha direito
Àquele umbu bem gostoso
Zequinha não aceitava
Que achassem saboroso
E pastorava a planta
Com um jeito rigoroso.

Esse umbuzeiro, ó gente!
Bem famoso assim ficou
E cabeludo de Maria
Assim o povo o chamou
Quem provou da fruta dele
Tenha certeza, gostou!

Nelcimá Morais
25/05/11.

terça-feira, 10 de maio de 2011

À minha querida mãe

A QUEM ME DEU A VIDA

Minha mãe, eu sempre quis
Lhe prestar uma homenagem
Através de uma mensagem
Em poesia ou canção.

Mas eu nunca conseguia
Muitas vezes começava
Porém nunca terminava
Me faltava a inspiração.

Neste momento sublime
Que eu tenho a poesia
Acabou minha alegria
Pois a senhora partiu.

Levando embora consigo
A razão da minha vida
Me deixando sem guarida
Só me restando o vazio.

Você, minha mãe querida
Era a minha consciência
Que fazia exigência
Exigindo a perfeição.

Achar palavras bonitas
Para uma pessoa querida
A quem devemos a vida
Não é muito fácil, não.

Mas eu busquei numa lágrima
Gotejante de ansiedade
Desta dor, desta saudade
Que eu sinto da senhora.

Me chegou a inspiração
Que eu tanto procurava
Porém eu não esperava
Que só chegasse agora.

Foi no meu pranto saudoso
Que achei todas as palavras
Que antes não encontrava
Para lhe homenagear.

Receba agora estes versos
Lá no céu, mãezinha querida
O que em toda a minha vida
Não consegui te ofertar.

Deinha
Sta Luzia-PB

Maria José de Oliveira, 55anos. Herdou o dom da poesia de seu pai, o poeta José Olímpio de Maria da região. Deinha, com é chamada, nunca publicou nenhum trabalho. Como muitas mulheres, vive no anonimato.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

cordel velho e cordel novo

(Mais uma ciranda do Cordel de Saia)
1
Tem nosso cordel escrito
Mais de cem anos de idade.
Dos primeiros rudimentos
Até a modernidade
Projeta-se no infinito,
Pois o cordel é escrito
Sem prazo de validade.
Gonçalo Ferreira da Silva
2
Velho cordel do passado
É o pai dos novos cordéis
Que hoje se apresentam
Em rebuscados painéis
Mas tem a cor do sertão
Estampando a evolução
Nos mais distintos pincéis.
Dalinha Catunda
3
O cordel bem feito é
Poesia sofisticada,
Que adensa o conhecer
Com a cultura aplicada.
Cheira qual fruta madura
Só comparado a ternura
Das flores da madrugada.
Pedro Monteiro
4
O cordel velho tem raiz
Nos romances medievais
Nas histórias sertanejas
Muito antes dos meus pais
O novo fala das ciências
Recheado de influências
Destas mídias digitais.
Ivamberto Albuquerque
5
Os antigos menestréis
Que vinham de Portugal
Exibiam seus folhetos
Pendurados no varal.
Ninguém imaginaria
Que fosse existir, um dia.
Até cordel virtual.
Marcos Mairton
6
O Cordel é atemporal
todo tempo é sua idade
velho ou novo é magistral
por sua diversidade:
nos mais variados temas
setilhas, outros esquemas
provam versatilidade.
Bastinha Job
7
O cordel velho foi escrito
com talento e galhardia,
rima, métrica, oração,
como exige a poesia,
num brilhantismo perfeito
pois tudo isso era feito
sem quase tecnologia.
Raul Poeta
8
Uma coisa neste mundo
ante a qual eu me comovo
são bons versos recitados
pelos poetas do povo,
uma rabeca tocando
o pobre cego cantando
“Cordel velho & Cordel novo”.
Zealberto Costa
9
Cordel é sempre cordel
de agora ou de antigamente
fuxica tudo o que quer
da bancada ao repente
no papel ou no gogo
bem feito fica decente
Rosário Lustosa
10
Da "Donzela Teodora"
Ao "Pavão Misterioso",
Do "Linguajar Cearense"
Ao conto maravilhoso,
Cordel velho e cordel novo
São expressões de um povo
Alegre e laborioso.Nezite Alencar
11
"Cordel Velho" e "Cordel Novo"
Não consigo dividir
Pois o que agrada ao povo
É o modo de transmitir
Tendo rima e oração
Fiel metrificação
Dá gosto ler e ouvir.
Josenir Alves de Lacerda
12
A Rima metrificada
Do nosso velho Cordel
Regula o cordel novo
Quando passa pro papel
Avançamos pro futuro
Sendo ao passado fiel
William J. G. Pinto
13
Cordel não é rapadura
Transportada num bornal,
É um gênero literário
De um rico manancial
Que agrada a todo o povo;
Não é velho, nem é novo:
Cordel é atemporal.
Marco Haurélio
14
Chegando à modernidade,
O cordel virou “global”
Vem de muitos idos tempos,
Na TV é cabedal.
Está presente na tela:
Acompanhe a novela.
Lá tem papel virtual
(Rosário Pinto)
15
Para mim, Novo Cordel
Deve ser tradicional,
Mas ter bonito papel,
Capa com bom visual,
Que seja xilogravura
Ou qualquer outra figura
E, até, em policromia.
Uma ilustração decente,
Trabalhada e condizendo
Com o que o cordelista cria.
16
A ciranda do cordel
Não para de circular
O chamado cordel velho
Vai cedendo seu lugar
Eis que surge o cordel novo
Vindo da boca do povo
Conquistando seu lugar.
(Olegário Alfredo)
17
Todo cordel tem seu tempo
Que marca sua produção;
O melhor está na regra
De sua composição.
Quem obedece produz
Um cordel que se reluz
Sempre em cada geração.
(Guaipuan Vieira)
18
Métrica rima oração
Elementos do cordel
Se o poeta bem seguir
Estes passos é fiel.
Nisso nada foi mudado
Hoje há cordel estilizado
Na sua forma e no papel.
(Vânia Freitas)
19
No passado era o cordel
Feito em folheto de feira
Hoje está com outra cara
Mas a rima é verdadeira.
Ele estará sempre vivo
E jamais será cativo
Da poesia passageira.
(Gerardo Carvalho (Pardal)

Para Dalinha e Rosário
Desculpas quero pedir
Não participei dessa roda
Algo veio me impedir
Viajei lá pro sertão
Não pude contribuir.

A ciranda ficou linda
Com grande participação
Os versos extraordinários
Exalaram a emoção
Dos poetas pros leitores
Que a leram com o coração.
Nelcimá Morais
*
Um grande beijo!

domingo, 20 de março de 2011

Outros malefícios do tabaco

Vou apresentar pra vocês
Uma coisa impressionante
O poder do tabagismo
Veja como é desgastante
Agride o nosso planeta
E também seu habitante.

A natureza agradece
O seu bom entendimento
Eu quero neste poema
Prestar-lhe um conhecimento
Dos males do tabagismo
E esperar procedimento.

Sabe aqueles incêndios
Que queimam sem compaixão?
Muitos são frutos do tal
Do conhecido piolão
Que são jogados à toa
Acesos como um tochão.

Sejam “chepas” ou “bitucas”
Assim também são chamadas
As piolas, oh! meu povo,
Quando elas são jogadas
Numa beira de estradas
Provocam muitas queimadas.

Uma ponta de cigarro
Em área de preservação
Se for jogada acesa
Mesmo sem ter a intenção
Provoca em mata seca
Uma grande queimação.

Também tem outro efeito
Pelo cigarro causado
O acúmulo do piolão
Que nas águas é jogado
Causa um grande impacto
É caso de ser pensado.

O fumo é prejudicial
Você pode ter certeza
Para o homem e o planeta
Você não sabe a grandeza
Do suicídio do campo
Por causa dessa moleza.

Moleza do ser humano
Por não querer evitar
O vício do tabagismo
Vai com o homem acabar
O seu habitat e seu corpo
E um deserto deixar...

Nelcimá Morais

Charges expostas na campanha contra o tabagismo em J. Pessoa - PB








(Todas as fotos são minhas)