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sexta-feira, 27 de maio de 2011

A peleja do caboclo com o cabeludo da mulher



Para o querido leitor
Um assunto eu vou narrar
A história de um caboclo
Que conheci num lugar
Do sertão paraibano
Seu nome vou ocultar.

Pra se contar qualquer fato
Personagem tem que ter
Vou inventar outro nome
Pra você me entender
Se eu disser o verdadeiro
Problemas pra mim vai ter.

Vou chamá-lo de Zequinha
Que é um nome popular
Era homem bem machista
Via-se até no olhar
Casado, bem cuidadoso
Vigiava sempre o seu par.

Sua senhora dizia
Do seu cuidado excessivo
Quando alguém batia na porta
Ficava apreensivo
Ali tinha alguma coisa
Que lhe deixava opressivo.

Essa coisa de que eu falo
Pertencia a sua mulher
Vou chamá-la de Maria
Que era mãe de André
Dona de casa e bodega
E mulher de muita fé.

Zequinha, homem vistoso
Chamava muita atenção
Falava com todo mundo
A todos dava a sua mão
Mas o que era de Maria
Ninguém tinha direito não.

Era um ciúme danado
E Maria até gostava
O cuidado de Zequinha
A ela não incomodava
Sentia-se bem protegida
O seu marido a amava.

Esse casal bem distinto
Vivia da agricultura
Como o povo mais antigo
Não tinha muita cultura
Do cabeludo dizia:
"Esse aqui ninguém mistura".

Dizia não misturar
A coisa bem preciosa
A fruta da sua mulher
Que era bem saborosa
e dizia a todo mundo:
"Essa é deliciosa".

De tanto o homem falar
A fruta ficou famosa
E Maria cheia de fama
Tinha que ser corajosa
Amansar o seu Zequinha
E ainda arrumar prosa.

Enchia a sala de gente
Ia do cabeludo provar
O povo vinha da rua
E passava a comprovar
Exigia de Zequinha
Queria a fruta comprar.

Pra não desgostar o homem
O anoitecer aproveitava
Ou então de madrugada
Porque Zequinha não acordava
Bem distante da cidade
O silêncio ali reinava.

Até na rua o povo
Do doce da fruta sabia
E quando era dia de feira
A paciência do homem enchia
Chegava a cogitar
Que lá ia passar o dia.

Zequinha foi amansando
E começou a liberar
A ida daquela gente
Para no sitio entrar
E com seu consentimento
A fruta saborear.

Era um sitio bem bacana
Com um rio a deslizar
As águas por trás da casa
E barreiras pra pular
Muita mangueira se via
e um umbu pra invejar.

Lá tinha muito umbuzeiro
E o povo da rua sabia
Tirava umbu escondido
Levava pra feira e vendia
Mas tinha um pé de umbu
Que ali ninguém mexia.

Era um umbu cabeludo
Duma doçura sem par
Maria saia cedinho
E ia ali apanhar
Uma vasilha cheinha
Pra durante o dia chupar.

Só ela tinha direito
Àquele umbu bem gostoso
Zequinha não aceitava
Que achassem saboroso
E pastorava a planta
Com um jeito rigoroso.

Esse umbuzeiro, ó gente!
Bem famoso assim ficou
E cabeludo de Maria
Assim o povo o chamou
Quem provou da fruta dele
Tenha certeza, gostou!

Nelcimá Morais
25/05/11.

terça-feira, 10 de maio de 2011

À minha querida mãe

A QUEM ME DEU A VIDA

Minha mãe, eu sempre quis
Lhe prestar uma homenagem
Através de uma mensagem
Em poesia ou canção.

Mas eu nunca conseguia
Muitas vezes começava
Porém nunca terminava
Me faltava a inspiração.

Neste momento sublime
Que eu tenho a poesia
Acabou minha alegria
Pois a senhora partiu.

Levando embora consigo
A razão da minha vida
Me deixando sem guarida
Só me restando o vazio.

Você, minha mãe querida
Era a minha consciência
Que fazia exigência
Exigindo a perfeição.

Achar palavras bonitas
Para uma pessoa querida
A quem devemos a vida
Não é muito fácil, não.

Mas eu busquei numa lágrima
Gotejante de ansiedade
Desta dor, desta saudade
Que eu sinto da senhora.

Me chegou a inspiração
Que eu tanto procurava
Porém eu não esperava
Que só chegasse agora.

Foi no meu pranto saudoso
Que achei todas as palavras
Que antes não encontrava
Para lhe homenagear.

Receba agora estes versos
Lá no céu, mãezinha querida
O que em toda a minha vida
Não consegui te ofertar.

Deinha
Sta Luzia-PB

Maria José de Oliveira, 55anos. Herdou o dom da poesia de seu pai, o poeta José Olímpio de Maria da região. Deinha, com é chamada, nunca publicou nenhum trabalho. Como muitas mulheres, vive no anonimato.