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terça-feira, 23 de setembro de 2008

mulheres cordelistas

Muitas mulheres, no estado da Paraíba, têm um grande vínculo com a Literatura de Cordel, embora poucas tenham se tornado conhecidas como cordelistas. Na minha pesquisa, o objetivo é ampliar uma pesquisa já feita, cujo tema “As cordelistas paraibanas”, também apresentada por mim em seminário na disciplina: Vozes Femininas na Era Medieval, ministrada pela profª.drª. Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne. Nessa busca, fomos surpreendidos com a quantidade e a qualidade de poesias populares encontradas no meio feminino. Judith Jovithe das Neves, natural de Santa Luzia – PB morreu na década de quarenta e já deixou um cordel intitulado “A Morte da Inditosa Maria barbaramente assassinada por Lino Goiaba”, que é uma narrativa jornalística, poema composto de 85 estrofes de sextilhas com redondilha maior. Este, considerado um importante registro que, embora fale de crime, não deixou de ser admirado pela beleza de sua estrutura poética, atingindo profundamente o sentimento popular. Citando alguns nomes dessas mulheres, tais como: Maria Diva, Maria Godelivie, Maria De Fátima Coutinho, Clotilde Tavares, Zilma Ferreira Pinto, Mª Julita Nunes, Francisquinha Medeiros, Maria De Lourdes Nunes Ramalho, Maria Das Graças Cavalcante Freitas, Maria Das Neves Batista Pimentel, Maria Do Socorro Cavalcante Soares, Judith Jovithe Das Neves, Rumana e sua irmã Clarice, Narli Dias de Oliveira e Mª Nelcimá de Morais Santos, conclui-se que temos um vasto campo de estudo nessa área.
Estando suprimida ou esquecida durante séculos, a Literatura de cordel passa por uma reviravolta, a partir da década de 70. Nesse período, o crescimento da indústria da comunicação, para se valer desse tipo de manifestação literária e grupos artísticos tentam recriá-la; fazem-se inclusive filmes, novelas, explorando a temática e linguagem. Desse modo, a publicação de cordéis aumenta gradativamente.
As cordelistas paraibanas Clotilde Tavares e Zilma Ferreira Pinto têm desenvolvido trabalhos considerados de alto nível chegando a receber prêmios pela sua criatividade quando, de seus cordéis, fizeram adaptações para o teatro, entre outros. Também existem aquelas poetisas que se especializam em fazer versos para serem transformados em grandes hinos políticos. Enfatizo, aqui, uma poetisa popular de Santa Luzia-PB, a senhora Rumana, que é bastante convidada para compor músicas, utilizando o cordel em benefício dos políticos, não só de sua cidade como também do vale do Sabugi. Também a sua irmã Clarice, que com mais de setenta anos ainda guarda na memória versos que foram utilizados para discursos, feitos pela autora, que segundo seus conterrâneos nunca foi reconhecida como poeta popular, apenas beneficiou os políticos daquela região.

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