CLICK HERE FOR THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES »

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

XILOGRAVURA

xilo de Inajara Morais, capa do cordel O Tormento de Mirinha com as botijas, de minha autoria.

(...)
Muito cansada da lida
De trabalhar no festão
Essa moça adormecia
Quando lhe veio uma visão
A sua língua engrossou
E Mirinha acreditou
Que aquilo era assombração.

Depois de muita peleja
Como uma luz avistava
Uma moça, que de branco,
Na frente dela ficava
Chegou a ver mais uma luz
Riscando pra ela uma cruz
Dava a botija e piscava.

Aquela alma que vira
Pedia que fosse ajudada
Trocava a sua salvação
Pela botija doada
Só dependia de Mirinha
Que tremia feito varinha
Chorava desconsolada.

Essa alma aperreada
Falava: Não tenho paz!
No lugar que ela vivia
Pra Deus era incapaz
De alcançar a vitória
Que pra se entrar na glória
Depende do que aqui faz.


Mirinha pulou da rede
Ainda muito assustada
Dizendo pra sua irmã
Que estava amedrontada
_Chame aqui o meu cunhado,
Não quero papo furado,
Vou botar o pé na estrada.
(...)

XILOGRAVURA é uma técnica de gravar imagens em madeira enquanto matriz, para fins de reprodução dessa imagem sobre papel, tecido ou outro suporte adequado. Os estudiosos atribuem a origem da xilogravura aos chineses, por volta do séc. VI da nossa era cristã, porém, em épocas simultâneas, já era conhecida dos egípcios, indianos e persas, que a utilizavam para a estampagem em tecidos. Mais tarde, foi utilizada como carimbo sobre folhas de papel para a impressão de orações budistas na China e no Japão No Ocidente a xilogravura se afirma durante a Idade Média, mas foi a partir do séc. XVIII que duas inovações revolucionaram essa forma de expressão:
a) a chegada à Europa das gravuras japonesas a cores, que tiveram grande influência sobre as artes do séc. XIX;
b) a técnica da gravura de topo, criada por Thomas Bewick
Com a expansão do papel pela Europa, a xilogravura começa a aparecer com maior frequência no Ocidente no final da Idade Média, ao ser empregada em cartas de baralho e imagens sacras. No séc. XV,pranchas de madeira eram gravadas com texto e imagens para a impressão de livros que, até então, eram escritos e ilustrados à mão. Com os tipos móveis de Gutemberg, as xilogravuras passaram a ser utilizadas somente para as ilustrações. A xilogravura popular é uma premanência do traço medieval da cultura
portuguesa transplantada par o Brasil e que se desenvolveu na Literatura de Cordel. No quase todos os xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste, provêm do Cordel. Há no Brasil. em nossos dias, um grande interesse pelas obras dos nossos xilógrafos populares. Também no Estados Unidos da América, na Europa e no Oriente. Hoje a xilogravura campeia o mundo inteiro, sendo apreciada e adquirida por um público de muito bom gosto e de nível de cultura elevado.
(A bibliografia utilizada aqui, segundo o poeta Nelson, consta numa apostila de Marcelo Soares).



7 comentários:

Dalinha Catunda disse...

Nelcimá, minha amiga,
Por você tenho apreço.
Só sabe o que é bom,
Quem da missa sabe o terço.
Adorei seu comentário
Postado em meu endereço.


Inspiração sei que tenho
Mas você não fica atrás.
Já li muito seus cordéis
Confesso gostei demais
Quem não conhece deveria,
Conhecer Nelcimá de Morais.

"Mudanças" disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol Paes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
"Mudanças" disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
"Mudanças" disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol Paes disse...

Olá, faço letras na federal e pesquisava sobre literatura de cordel que muito me agrada desde uma viagem ao nordeste, mas precisamente em Pernambuco...também tenho um blog que por sinal há uma postagem inspirada na literatura de cordel e fui eu mesma que escrevi, chama-se "O Chico e a Rosa"...caso se interesse, gostaria muito de saber sua opinião!
O endereço do blog é:
www.oquereresdomundo.blogspot.com

Obrigada!

"Mudanças" disse...

Gostei dos textos de cordel!