Dizendo o que eu tenho em vista
Faço agora o meu louvor
Ao Senhor São João Batista
Primo de Nosso Senhor.
Dêem-me senhores, licença
Para em meu verso falar
Da beleza e santidade
Do santo que vou louvar.
Uns lhe fazem brincadeiras,
outros, fogueira e balão.
Eu lhe fiz estas quadrinhas
Tiradas do coração.
Lembrando que em profecias
Nos foi São João prometido
De Izabel e Zacarias
O precursor foi nascido.
Ah! Que bonito menino
De cabelo cacheado!
O meu São João pequenino
Ao carneirinho abraçado.
No deserto foi criado
E alimentado com mel
Até que fosse enviado
Ante o povo de Israel.
Roupas de pele vestindo
Rude cajado na mão
Vai sua missão cumprindo
A batizar no Jordão.
Os caminhos preparando,
Voz a clamar no deserto!
Vai o Cristo anunciando,
Dizendo – “Deus está perto.
E Daquele que anuncio,
E já entre vós é chegado,
Desatar-Lhe não sou digno
As correias do calçado”.
Assim disse, e, assim, um dia,
Chega o Senhor dos Senhores
E o batismo lhe pedia
Em meio dos pecadores.
Tanto a esperá-Lo, destarte,
São João Lhe interroga assim:
Eu quem devia buscar-te!
E és Tu quem me vens a mim!?
E o Mestre lhe diz, então:
- Vem-Me cumprir o previsto.
E ali, no rio Jordão,
João batizou Jesus Cristo.
Depois, tendo assim cumprido
Seu mistério e Fé
Foi morto por um pedido
Da perversa Salomé.
Ah! Que bonito menino
De cabelo cacheado!
O meu São João pequenino
Ao carneirinho abraçado.
Meu São João martirizado
Pelas maldades de Herodes,
Hoje no céu assentado
Rogar por nós, bem que podes?!
No céu te assentas fagueiro
Num salão engalanado,
De Jesus o pregoeiro
Pelos anjos festejado...
Roga por nós, São João
Que o povo em ti acredita.
E ao som do xote e baião
Tua festa é tão bonita.
Aqui te alteiam nos mastros
Pelas noites brasileiras
Sob a luz que vem dos astros
E ao clarear das fogueiras.
Mas dizem que no teu dia
Ficas, São João, a dormir?
Assim a minha poesia,
Meu Santo, não vais ouvir!?
Acorda! Se está dormindo,
Que Santo não tem cansaço
E escuta o que estou pedindo
Na louvação que te faço.
Se és Santo casamenteiro,
Meu Santo Senhor São João,
Traz de volta o cavalheiro
A quem dei meu coração.
ZILMA FERREIRA PINTO – poetisa paraibana erudita-popular
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