Quero registrar aqui o meu orgulho por saber que muita gente ainda valoriza a poesia de cordel. Fui procurada por uma familia que resolveu embelezar as mesas da festa do aniversário de sua matriarca, com um cordel contada a sua história por ela ser uma pessoa que valoriza muito a cultura popular. Eis aqui o que pude fazer:
Hoje é dia de festa
Grande comemoração
90 anos de vida
Recheados de emoção
Vive assim D. Gilô
Filha de Sebastião.
Nascida aos 15 de maio
Em Poço de Pedra morou
No estado do Piauí
E pouco ela estudou
Sua mãe Maria Luíza
Nessa filha caprichou.
Pouco estudo ela teve
Porque seu pai não aceitava
Somente assinar o nome
Naquele tempo bastava
Era o costume da época
E a moça se conformava.
Brasilina, no registro,
Como Gilô conhecida
Desde menina mostrou
Que era bem destemida
Grande a sua inteligência
A Deus muito agradecida.
Quando ainda era jovem
Começou a trabalhar
Fazia as tarefas de casa
E ao seu pai ia ajudar
Uma criação de bodes
Ela ajudou a formar.
Aos 16 anos de idade
Era uma moça faceira
Costurando aos pouquinhos
Fazia roupas de primeira
E quando mal acreditava
Tornou-se uma boa costureira.
Essa mocinha Gilô
Muito bem ela dançava
Aos bailes que ela ia
Só quando o seu pai deixava
Mostrava-se uma boa dançarina
Todo mundo admirava.
Foi num baile de família
Que o seu príncipe encontrou
Seu namoro durou pouco
Porque logo ela casou
E pra sua lua de mel
Esse casal viajou.
Uma viagem inesquecível
Vocês podem acreditar
Passaram dias na estrada
Dormindo sob o luar
Guardaram muitas lembranças
Para o amor testemunhar.
Uma grande cavalgada
Do Piauí ao Maranhão
Galopando com os tropeiros
Ela nunca esqueceu, não,
Seu aconchego era o mato
Assim selou sua união.
D. Gilô com sua força
É uma privilegiada
Aproveitou a natureza
Nela se sentiu muito amada
Ficou grávida, sete vezes
Sentindo-se bem agraciada.
Foi mulher comerciante
Também mulher fazendeira
Mulher de caminhoneiro
E uma boa cozinheira
E hoje aos 90 anos
Ainda é mulher redeira.
No estado do Piauí
E também do Maranhão
Iniciou a família
Com seu esposo Adão
Encerraram a sua prole
Ana Luíza e Tião.
Em 23 de abril
Data jamais esquecida
Perdeu o pai de seus filhos
Que lhe causou uma ferida
Ficou Gilô transtornada
Uma mulher entristecida.
Olhando para as crianças
Viu que tinha que lutar
Confiou no Pai eterno
E começou a costurar
Foi assim com inteligência
Que passou a se orgulhar.
Criou, assim, cinco filhos
Viúva, mas corajosa
Vivia dum lado pro outro
Pra costurar não tinha hora
Mantinha todos na escola
E se sentia orgulhosa.
Hoje ela tem Vilani
Tem Lulu, não tem Tião
Tem Socorro e tem Assis
E ainda tem o Adão
É um conjunto de filhos
Que alegra o seu coração.
Morando na Paraíba
Pra família acompanhar
Foi ficando e foi gostando
Até se apaixonar
Apaixonar-se daqui
Não lhe queiram censurar.
Mas da terra natal
Ela nunca esqueceu
Vive sempre viajando
Levando um parente seu
Faz questão de usufruir
Da cultura que aprendeu.
Sabemos de uma história
Que achamos engraçada
Foi numa dessas viagens
Que ficou atrapalhada
Trazendo o seu periquito
Ela ia sendo multada.
Bem no meio da estrada
Veio uma fiscalização
Dona Gilô quase pasma
Tremia até o coração
Um neto dizia: não traga
Mais seu periquito, não!
Ainda come de tudo
É amante do toucinho
Sua comida é gostosa
Refogada com carinho
E também conta piadas
Esse aqui é que é o caminho.
É divertida com os netos
Orgulha esse timão
É um exemplo de avó
Mas não tem paciência, não,
Mesmo assim vai cultivando
Seus amores do coração.
Grande mulher, ela merece
Uma festa de arrombar
E pedimos ao Deus Pai
Para lhe abençoar
Dona Gilô, parabéns!
Até o outro ano chegar.
J. Pessoa-PB
Maio de 2012
Texto poético: Nelcimá Morais
Texto informativo: suas filhas Vilani e Socorro.
terça-feira, 22 de maio de 2012
A trajetória de D. Gilô
Postado por Nelcima De Morais às 05:34 0 comentários
terça-feira, 15 de maio de 2012
Mãe, mainha, mamãe
Mulher em forma de flor
Sua bondade é tanta
Que até esconde sua dor
Exprime as suas maravilhas
Jorrando faíscas de amor.
Mãe que também é ternura
Mãe que também é emoção
Mãe que contenta seu filho
Com sua suave expressão
De um amor que nunca encerra
Dentro do seu coração.
Seja jovem ou idosa
Seja pobre, tem amor.
Seja rica ou sem estudo
Prá nós é sempre uma flor.
Está sempre com seu filho
Seja na alegria ou na dor.
Para todas as mamães
Eu quero aqui dedicar
Todo carinho do mundo
Pra esta rainha do lar
E pedir ao Pai Eterno
Para sempre lhe abençoar.
Feliz dia das mães!
Postado por Nelcima De Morais às 13:16 0 comentários
Outros malefícios do tabaco
Vou apresentar pra vocês
Uma coisa impressionante
O poder do tabagismo
Veja como é desgastante
Agride o nosso planeta
E também seu habitante.
A natureza agradece
O seu bom entendimento
Eu quero neste poema
Prestar-lhe um conhecimento
Dos males do tabagismo
E esperar procedimento.
Sabe aqueles incêndios
Que queimam sem compaixão?
Muitos são frutos do tal
Do conhecido piolão
Que são jogados à toa
Acesos como um tochão.
Sejam “chepas” ou “bitucas”
Assim também são chamadas
As piolas, oh! meu povo,
Quando elas são jogadas
Numa beira de estradas
Provocam muitas queimadas.
Uma ponta de cigarro
Em área de preservação
Se for jogada acesa
Mesmo sem ter a intenção
Provoca em mata seca
Uma grande queimação.
Também tem outro efeito
Pelo cigarro causado
O acúmulo do piolão
Que nas águas é jogado
Causa um grande impacto
É caso de ser pensado.
O fumo é prejudicial
Você pode ter certeza
Para o homem e o planeta
Você não sabe a grandeza
Do suicídio do campo
Por causa dessa moleza.
Moleza do ser humano
Por não querer evitar
O vício do tabagismo
Vai com o homem acabar
O seu habitat e seu corpo
E um deserto deixar.
Postado por Nelcima De Morais às 13:00 0 comentários