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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Natal

NATAL  AGRESTE
*
O natal que vejo agora
É um natal diferente
É só compra e presente
Jesus, o povo ignora.
Saudades tenho d’outrora
Do natal que antes tinha
O presépio era lapinha,
Montado lá na matriz,
 Na igreja o povo feliz
Rezava sua ladainha.
*
Se era simples o presente
Nunca vi reclamação,
Era só animação
Da criançada contente
Animando ambiente
Que hoje não vejo igual.
A árvore de natal
De garrancho era feita
E eu ficava satisfeita
De ajudar no ritual.
*
Era mesmo devoção
Ir para missa do galo,
A ceia era um regalo,
Nos natais do meu sertão
Tinha comemoração
Mas tinha o Deus menino
No templo nordestino
Nos meus natais do agreste
Onde a estrela celeste
Guiava nosso destino.
Dalinha Catunda

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O poeta e o folheteiro


O poeta e o folheteiro
(Rosário Pinto)
1
Duas figuras importantes
Neste mundo do cordel
Um compõe o outro vende
Andando de léu em léu
Marcando assim, uma vida
De poesia, sortida
Divulgando o menestrel
2
Leandro foi o primeiro
A narrar toda esta saga
Do folheto de cordel
De história encantada
Certamente é o pioneiro
Com certeza, o primeiro
A levar pela estrada
3
Poeta e grande tipógrafo
Seu romance imprimia
Entregando ao folheteiro
Que logo distribuía
A correr feiras e vilas
E o povo fazendo filas
P’ra comprar sua poesia
4
Poucos recursos havia
Um comércio bem precário
Sustentou muita família
Vendiam abecedário
Na lida do dia a dia
Todo folheto imprimia
E também anedotário
5
De cidade em cidade
Fazia a sua vida
Seu Leandro produzindo
E o folheteiro na lida
Recebia seus mil réis
Vendia muitos cordéis
Tinha a renda garantida
6
Folheteiro não conhece
Impasse ou obstáculo
Andando de sol a sol
Em busca do espetáculo
De ver o povo sorrir
Pensar, amar, refletir
Parecia um oráculo

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Cordel de Saia, por meio de suas gestoras Dalinha Catunda e Rosário Pinto vem desenvolve estudos para localizar quem são essas mulheres POETAS/POETIZAS & CATADORAS/CANTADEIRAS!

MULHERES CANTANDO
O QUADRÃO À BEIRA-MAR

1-Dalinha Catunda
O sol empalidecendo
Ondas subindo e descendo
Nossa paixão acendendo
E o barco a sacolejar.
No balanço do veleiro
Um amor aventureiro
Vivi com meu timoneiro
No quadrão à beira-mar.

“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
2-Rosário Pinto
Lá no Planalto Central
Em Brasília a capital
Numa noite magistral
A lua a desmaiar
Uma paixão, de repente
Na vida se fez presente
Na cidade reluzente
No quadrão à beira-mar

“ Beira mar, beira mar,
O quadrão só é bonito
Quando é feito a beira mar
*
ABRA O LINK para conhecer as demais poetas/poetizas que entraram nessa RODA.

sábado, 11 de agosto de 2012

Saudades do meu pai

É para o senhor, painho!!

Pra painho que está no céu
Agora eu quero mandar
Um abraço bem apertado
Que aqui não posso abraçar
E dizer que a cada dia
Saudades, só faz aumentar.

Ainda é grande a angustia
Que resolveu me envolver
Mas lhe prometo, meu pai,
Que isso eu quero esquecer
A alegria procuro
Pra minha vida engrandecer.

O senhor foi escolhido
Por Deus, para ir morar
Num mundo cheio de paz
E pra sempre descansar.
Viveu aqui com esforço
Pra sua família alegrar.

Painho, oh, meu painho!
Eu quero agora dizer
Que o seu ensinamento
Eu nunca vou esquecer
Com muito orgulho eu guardo
Pra melhorar o meu viver.

Que o bom Deus nos abençoe
E nos faça acostumar
Celebrar a sua ausência
E em orações mergulhar
Viva a dádiva celeste!
E me abençoe! Nelcimá.

( reedição)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Desabafos dum alcoólatra


Desabafos dum alcoólatra
1
Olá, meu caro leitor
Mais uma tarefa a cumprir
Preparei mais um poema
Para você me ouvir
Uso o tema alcoolismo
Venha a mim se unir.
2
Trabalho com educação
Hoje estou aposentada
E como educar é pra sempre
Por isso não estou parada
Educo de outra forma

Uso o cordel, camarada!
3
Foi grande a minha labuta
Com o analfabetismo
Depois procurei um jeito
De combater o tabagismo
Tive uma boa resposta
Agora é a vez do alcoolismo.
4
Grande é o efeito do álcool
Saiba dessa informação
Tem um lado que estimula
O da desinibição
Mas o outro é arrasante
A sua moral vai pro chão.
5
O álcool traz euforia
Deixa você bem contente
E também descontrolado
Até ficar deprimente
Vai comendo os seus miolos
Até deixá-lo demente.
6
Vai mudando o seu humor
Primeiro vem a euforia
Um comportamento estranho
Você acha que é alegria
Noutro dia nem percebe
Está com melancolia.
7
Como isso tudo acontece
Começa a agitação
Confunde os pensamentos
Vai partindo pra agressão
Não demora muito tempo
Surge logo a depressão.
8
É triste ver uma pessoa
Na bebida se entregando
Está perdendo o seu controle
E a saúde estragando
Faz sofre toda a família
E os amigos afastando.
9
Demência é um grande mal
Pelo alcoolismo trazido
Convulsão, cirrose e morte
Tudo tem acontecido
Por causa desse maldito
Muita gente tem sofrido.
 10
Vou citar alguns exemplos
Dum alcoólatra inconformado
O mundo dos seus “amigos”
Hoje por ele contado
Eu cito aqui pra você
Mas com nome inventado.
11
José, um homem bem novo
Porém não tinha confiança
Mexia com mulher casada
Não respeitava criança
Perdeu a integridade
A sua autoconfiança.
12
Um cidadão bem vistoso
Duma família exemplar
Uma pessoa inteligente
Conquistava com o olhar
Tem filhos maravilhosos
Nada pra ele se queixar.
13
Dizia: ninguém é besta
De no bêbado confiar
O seu Joaquim quando bebe
Só faz cagar e mijar
No povo que tá dormindo
Quando vem lhe visitar.
14
Maria, uma dona de casa
Uma mulher respeitada
Engajou-se na bebida
Até ficar viciada
O álcool lhe transformou
E deixou-a esclerozada.
15
Um branco dava em Tião
E sem saber o que fazia
A calcinha da mulher
Sempre, sempre ele vestia
E quando ia pro banheiro
A sua bosta comia.
16
Depois na sobriedade
A sua mulher lhe contava.
E tudo o que lhe dizia
A sua alma judiava
Sofria que dava dó
Muitas vezes ele chorava.
17
Luzia, linda mulher!
Pelo mundo se mandou
Bebia com todo mundo
Foi perdendo o seu vigor
Muito sexo e muita droga
O seu corpo transformou.
18
Sua filha desgostosa
Que na sarjeta a mãe via
Rezava pedindo a Deus
Pra ela também um guia
Porque essa vida triste
Pra ela nunca queria.
19
Tomara que essa história
Vá servindo de lição
Ver assim um ser humano
Hoje me corta o coração
E faço a todos um convite:
Venha salvar-se, meu irmão!
20
Hoje eu vivo escapando
Correndo para o AA
Tentando com muito esforço
Do maldito me livrar
É um vício desgraçado
Mas de mim não vai ganhar.
21
Termino aqui um desabafo
Dum homem prejudicado
Aguardo esperançosa
Que ele tenha lhe ajudado
Veja os ensinamentos
Não se sinta incomodado.
22
Não sinta irmãos, por favor!
Que isso é preconceito
É só uma forma diferente
De eu arranjar um jeito
De lhe mostrar que é doença
Não penso que é defeito.
23
Alcoolismo é doença
E difícil de tratar
Deixe que a sua família
Possa de você cuidar
Dê o seu consentimento
Pra ela colaborar
24
Agora findo a minha parte
Que é de lhe transmitir
Os males da humanidade
Que podem lhe destruir.
Grande é a beleza da vida
Pra você usufruir.

                     Nelcimá morais
                              João pessoa-PB                                  
                                      30/07/12

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Abrace a preservação



*
Estão derrubando as matas
É grande a devastação.
O clima anda mudando
Falta conscientização
Chora a mãe natureza
Que perde sua riqueza
Vendo mais pobre seu chão
*
Tudo vai virando cinzas
Só por conta das queimadas.
A fumaça vai subindo
Poluindo outras camadas,
E a desertificação,
Vai aniquilando o chão,
Cumprindo suas jornadas.
*
Preservar a natureza,
Garanto-lhe meu irmão,
Muito mais do que modismo
Hoje é nossa obrigação
O planeta está doente
Seja bem mais consciente
Abrace a preservação.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda