CLICK HERE FOR THOUSANDS OF FREE BLOGGER TEMPLATES »

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cordel na INTERNET

As cordelistas Dalinha Catunda e Rosário Pinto, autoras do blog "Cordel de Saia", cujo trabalho é belíssimo e de grande importância para a nossa cultura, reuniram versos de vários poetas com o tema "Cordel na Internet". O resultado foi de excelência. Vejam:


Filho amado da mente nordestina,
Sempre teve o cordel grande sucesso.
Cavalgando no dorso do progresso,
Mas fiel à escola leandrina
Muitas vezes saiu da oficina,
Em notícia de impacto social.
Foi aí que o cordel se fez jornal,
Na linguagem padrão e não matuta,
Sendo a modernidade absoluta
Pode e deve o cordel ser virtual.
(Gonçalo Ferreira - Ipu/CE)

*
A internet chegou
Como grande aliada
Pro cordel abriu estrada,
E o cordelista gostou
No virtual apostou
E com tecnologia
Espalhou sua poesia
Por este mundo global
Onde o cordel tem aval
Nesta metodologia.
(Dalinha Catunda – Ipueiras/CE)

*
O cordel hoje é manchete.
Está na mídia virtual.
Antes, ele foi oral.
Passou pelo ofsete.
Namora com a internet.
Hoje, com tranquilidade,
Mostra versatilidade,
Dela tira seu proveito,
Tem com ela laço estreito.
Brinca, qual marionete.
(Rosário Pinto – Bacabal/MA)

*
O cordel tem esse jeito
De caminhar sem cair
E também de exibir
Seu talento e respeito
Mostrando com muito jeito
O saber da paciência
Alertando a consciência
Da grandeza cultural
Agora também virtual
Mantém sua coerência.
(Chico Salles – Souza/PB)

*
Pra quem procura por perto
Morada pra poesia,
Pode dizer com alegria
Que encontrou lugar certo:
A net é espaço aberto
Pra o poeta versejar
E em verso desafiar
Os quatro cantos do mundo,
Numa fração de segundo,
Sem sair do seu lugar.
(Nezite Alencar – Crato/CE)

*
O cordel na internet
Ganhou vez, voz e espaço
Internautas num abraço
Fizeram dele, vedete
Nos sites virou manchete
Nos blogs ganhou mais fama
Feliz, não mais se reclama
Nem teme o anonimato
Reconhecido de fato
Toda a rede lhe proclama.
(Josenir Lacerda-Crato/CE)

*
Graças à tecnologia
Tudo tem novo valor
Abra o seu computador
E poste a sua poesia
Aquela... que ninguém lia
E nesse mundo virtual
Com linguagem digital
O mundo vai percorrer
E você vai agradecer
A esse espaço genial.
(Nelcimá de Morais – Santa Luzia/PB)

*
O cordel na internet
É uma necessidade
Pela dificuldade
De expor nosso trabalho
Uma vaca sem chocalho
Ninguém sabe onde está
Precisamos propagar
Costumes e tradição
Deixe o corisco e o trovão
Explodir no meio do mar.
(Ivamberto Albuquerque-Alagoa-Grande/PB)

*
Está na universidade
Aqui e em outras nações,
Falando das tradições
Pra gente de toda idade;
Invadiu sertão, cidade
Cresceu e virou manchete
Qualquer assunto reflete
De forma mais verdadeira
Ultrapassou a fronteira
E brilha na internet !
(Bastinha Job – Santo Amaro Assaré/CE)

*
Quem pensa que folhetos de papel
E impressão com rasteira qualidade
É a forma, com exclusividade,
De se ver publicado o cordel
Não percebe que o grande carrossel
Deste mundo não para de girar.
O cordel, para se modernizar,
A mudança do mundo ele reflete,
Foi assim que o cordel na internet
Começou, de repente, a se espalhar.
(Marcos Mairton – Fortaleza /CE)

*
Para mim que sou do tempo antigo
INTERNET parece coisa estranha,
Porém, sei com ela o cordel ganha
Asas pra voar e, sem perigo,
Se nas feiras ontem tinha abrigo
Hoje tem por cliente o mundo inteiro,
Professor, estudante, oficineiro
Podem ler o cordel a qualquer hora
Por isso o cordel se faz agora
Acessível a todo brasileiro.
(Manoel Monteiro da Silva – Bezerros/PE)

*
Os versos de artistas tão tradicionais
Aderaldo, Patativa e também Azulão
Botado em livreto, pendurado em cordão
Prática que fez dos cordéis os jornais
Mais lidos nas feiras e também nos quintais
Hoje, esse costume ficou rarefeito
E apesar do verso se manter perfeito
É mais lido na tela de um computador
Na tal da internet veio com clamor
Adeus ao papel! Danou-se! Tá feito
(Ricardo Aragão – Ipu/CE)

*
Com o cordel na internet
Vislumbro a oportunidade
De quem faz e não promete
Viver na modernidade
E com personalidade
Mostrar a nova feição
Sem fugir à tradição
Dessa fonte cultural
Com a forma original
Para a sua criação
(Zé Walter [José Walter Pires] – Brumado/BA)

*
Publicar virtualmente
Um cordel, hoje é possível
A tecnologia é incrível
E está dando patente
A quem antes era ausente
Da cintilância da fama,
A internet é a cama
Pra o poeta deleitar
Conhecer e publicar
Essa arte que o Brasil ama.
(Raul Poeta – Juazeiro do Norte/CE)

*Com a chegada da Internet
O cordel ganhou mais vida.
Agora não tem saída
Nós vamos pintar o sete
Na TV, rádio, manchete
Em qualquer lugar fecundo
Nosso versejar profundo
Estará mais que presente
Alegrando a toda gente
No Brasil e além mundo.

(Antonio Barreto - BA)

*
Gostaria de opinar sobre o tema
A respeito do cordel na Internet
Acho que a cada cordelista compete
Divulgar beira-mar, mourão poema
Afinal, dos versos, todo o sistema
Entendo que o cordel é soberano
Mostremos para o mundo novo plano
Se se afastar muito do passado
Lembremos cada vate renomado
Nos dez pés do martelo alagoano
(Antônio de Araújo Campinense - Campina Grande/PB)

*
O livreto pendurado
Em cordão numa barraca
Já é visão meio fraca
Que faz lembrar o passado.
Hoje muito divulgado
Em diferentes canais,
Nos saraus, em recitais
Recebe aplausos, confete
O cordel na internet
Cresce cada dia mais.
(Creusa Meira – BA)

*
Quando vi em plena feira
um cabra se esgoelando
bonitos versos cantando
fiquei ali de bobeira.
Ele desceu da cadeira
e ficou a me olhar
parecendo advinhar:
"Menino, você promete,
o Cordel na internet
sua vida vai mudar".
(José Alberto Costa – Maceió/AL)

*
Com a inclusão digital,
Um novo leque se abriu
E dentro dele surgiu
O poeta virtual.
Acessando esse portal,
O poeta usa um teclado.
Que corrige o verso errado,
Lapida, cola e copia.
Salve a tecnologia
E o Cordel modernizado!
(Damião Metamorfose)

*
Antes do computador
Tínhamos fragilidades,
Hoje nas comunidades
O cordel tem mais valor.
Cordelista ou cantador
Quando um cordel escrevia,
Era só ele quem lia,
O caderno amofumbava.
Uma parte o mofo dava,
A outra, a traça comia.
(Eduardo Viana)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O valor da familia






Numa viagem ao sertão
Resolvi aproveitar
Pra reviver meu passado
E parentes visitar
Um sentimento saudoso
Vivia a me atormentar.

Era um tempo de criança
Que pelos sitios vivia
Degustar a natureza
Eu sempre ali pretendia
E sempre ia escolher
A casa da minha tia.

Na casa de tia Joana
Eu era bem acolhida
Ela tinha muitos filhos
E também uma simples vida
Era um povo amoroso
Mas sofreu muito na lida.

Brincava, subia serra
Apanhava algodão
Gostava de rios, açudes
Meu passeio não era em vão
Nas férias, primos e primas
Refrescavam meu coração.

Como tudo nesta vida
Tende a se transformar
Eu cresci e me casei
Também longe fui morar
Me ausentei desse povo
Nunca mais fui visitar.

Ficamos bem afastados
A vida nos separou
Mas uma coisa eu guardei
Os vestigios do amor
Ali eu fui bem amada
Com as bênçãos do Senhor!

Hoje moram numa cidade
Deixaram a zona rural
Chamada de Ipueiras
Uma morada legal
Tem vida diferente
Mas nunca vai ser igual.


Agora nessa visita
Muita coisa relembrei
Passaram-se vários anos
Mas minha tia encontrei
É lembrança do meu pai
Que eu sempre guardarei.

Um beijo saudoso!
Nelcimá Morais