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sábado, 8 de novembro de 2008

Trabalhos a serem publicados
EXPRESSÕES DO CORDEL PARAIBANO: vozes femininas
(trecho) Recentemente, vem se destacando neste mundo da poesia popular a presença cada vez mais forte de autorias femininas fazendo e publicando suas obras. Muitas escritoras, no estado da Paraíba, têm um grande vínculo com a Literatura de Cordel, embora poucas tenham se tornado conhecidas como cordelistas. Enfatizando o nome de algumas já citadas anteriormente, faço restritamente uma representação, dentre dezenas que serão apresentadas em outro momento. O que nos resta é pesquisar e trazer para o seio da literatura de cordel o nome dessas autoras que merecem destaque, como narradoras de uma grande diversidade de temas: sejam jornalísticos, religiosos, políticos, sociais ou até mesmo familiares.

A DEMANDA DO SANTO GRAAL:uma prosa medieval na Literatura de Cordel
(trecho) A Demanda do Santo Graal,da autora Zilma Ferreira Pinto e publicado em 1978, é um poema composto em sextilhas com versos tradicionais, rimados e metrificados cuidadosamente nas 79 estrofes distribuídas por 27 páginas. A capa em xilogravura, confeccionada por Pádua Belmont, artista plástico, compositor e cantor da música popular, já expressa um teor medieval, onde se configura um cavaleiro e o “Cálice Sagrado”. Esta reflete uma síntese do conteúdo e sugere um acontecimento medieval, aonde vai abrindo um leque para nossa imaginação.





Eventos
I seminário de Estudos Medievais da Paraíba: memória, gênero e resistência
(homenagem ao medievalista Maurice Van Woensel)
10 a 14 de novembro de 2008 - UFPB
ver: estudos medievais.blogspot.com

terça-feira, 23 de setembro de 2008

mulheres cordelistas

Muitas mulheres, no estado da Paraíba, têm um grande vínculo com a Literatura de Cordel, embora poucas tenham se tornado conhecidas como cordelistas. Na minha pesquisa, o objetivo é ampliar uma pesquisa já feita, cujo tema “As cordelistas paraibanas”, também apresentada por mim em seminário na disciplina: Vozes Femininas na Era Medieval, ministrada pela profª.drª. Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne. Nessa busca, fomos surpreendidos com a quantidade e a qualidade de poesias populares encontradas no meio feminino. Judith Jovithe das Neves, natural de Santa Luzia – PB morreu na década de quarenta e já deixou um cordel intitulado “A Morte da Inditosa Maria barbaramente assassinada por Lino Goiaba”, que é uma narrativa jornalística, poema composto de 85 estrofes de sextilhas com redondilha maior. Este, considerado um importante registro que, embora fale de crime, não deixou de ser admirado pela beleza de sua estrutura poética, atingindo profundamente o sentimento popular. Citando alguns nomes dessas mulheres, tais como: Maria Diva, Maria Godelivie, Maria De Fátima Coutinho, Clotilde Tavares, Zilma Ferreira Pinto, Mª Julita Nunes, Francisquinha Medeiros, Maria De Lourdes Nunes Ramalho, Maria Das Graças Cavalcante Freitas, Maria Das Neves Batista Pimentel, Maria Do Socorro Cavalcante Soares, Judith Jovithe Das Neves, Rumana e sua irmã Clarice, Narli Dias de Oliveira e Mª Nelcimá de Morais Santos, conclui-se que temos um vasto campo de estudo nessa área.
Estando suprimida ou esquecida durante séculos, a Literatura de cordel passa por uma reviravolta, a partir da década de 70. Nesse período, o crescimento da indústria da comunicação, para se valer desse tipo de manifestação literária e grupos artísticos tentam recriá-la; fazem-se inclusive filmes, novelas, explorando a temática e linguagem. Desse modo, a publicação de cordéis aumenta gradativamente.
As cordelistas paraibanas Clotilde Tavares e Zilma Ferreira Pinto têm desenvolvido trabalhos considerados de alto nível chegando a receber prêmios pela sua criatividade quando, de seus cordéis, fizeram adaptações para o teatro, entre outros. Também existem aquelas poetisas que se especializam em fazer versos para serem transformados em grandes hinos políticos. Enfatizo, aqui, uma poetisa popular de Santa Luzia-PB, a senhora Rumana, que é bastante convidada para compor músicas, utilizando o cordel em benefício dos políticos, não só de sua cidade como também do vale do Sabugi. Também a sua irmã Clarice, que com mais de setenta anos ainda guarda na memória versos que foram utilizados para discursos, feitos pela autora, que segundo seus conterrâneos nunca foi reconhecida como poeta popular, apenas beneficiou os políticos daquela região.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

projeto de oficina de cordel

Eu, professora e cordelista com projeto de oficina de cordel nas escolas aprovado pelo FIC (Projeto de Incentivo à Cultura) publicado em 15 de agosto de 2008, vou ministrar as oficinas em 06 escolas públicas estaduais. Com cordéis de temas infantis: O feijãozinho teimoso, As travessuras do saci-pererê, A trajetória de um leãozinho, O menino do engenho ( José Lins do Rego) e E assim Deus fez o mundo, (todos ilustrados e poemas de minha autoria), pretendo explorar a literatura de cordel com alunos do ensino fundamental. De forma lúdica e com entretenimento incentivarei à criança para o prazer da escrita e da leitura de cordéis, criando,assim , um recurso para a valorização da literatura popular.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Um cordel sobre leitura


UM CORDEL SOBRE LEITURA[César Obeid


Vou armar esse cordel
De um jeito diferente
Pois eu já falei de fábulas
Ou então do sertão quente
De livros eu falo agora
Monto rimas sem demora
Ofereço esse presente.

Livros em bibliotecas
De bairros ou escolares
Livros em casa de pobre
Ou de quem come manjares
O dinheiro não importa
Que agora eu abro a porta
Livros em todos lugares.

Quero livros na estante
Ou então na cabeceira
Quero livros na cozinha
Livro sério ou brincadeira
Livro caro ou barato
Na cidade ou no mato
Menos livro na fogueira.

Livro existe com leitura
Cada página, uma história
Livro existe se contado
Com ou sem dedicatória
Fino, grosso, grosso ou fino
Para adulto ou menino
Ler um livro é uma vitória.

Livro de intelectual
Às vezes comprado em sebo
Com as páginas amarelas
Cada fungo ali percebo
Quero essa informação
Dentro do meu coração
Tudo lendo eu recebo.

Quero mais que alfabeto
Mais do que abecedário
Quero ver cada leitor
Dizendo: - Eu já sou páreo
Pois eu tenho a leitura
Com toda desenvoltura
Dentro do meu calendário.

Livros de todos os gêneros
Pra leitura ter a chance
Só não vai ler quem não quer
Aprofunde o relance
Terror ou contos de fadas
Belas páginas ilustradas
Pros amantes tem romance.

Leitura, grande universo
Seja prosa ou poesia
Ao ganharmos um leitor
O mundo sente alegria
Leitura é arte pura
Pois um povo sem leitura
É como um cego sem guia.

Seja ela feita oral
Seja introspectiva
Cada cidadão que lê
Deixa sua vida viva
Vem pra si todo talento
Por nenhum conhecimento
Do mundo ele se priva.

Pois narrando essa leitura
Eu produzo o arranjo
Sinto toque de viola
Clarinete, flauta e banjo
Afinal, o saber tinge
Que a leitura atinge
A criança e o marmanjo.

Pois contamos para o mundo
O quanto a leitura é grande
Peço a cada leitor
Vire a página e ande
Não cometa ladainhas
Caminhe em novas linhas
Novo universo expande.

Leitura é primordial
É quebrar sempre o jejum
Um leitor sempre ativo
Não é cidadão comum
Até a doença cura
Pois um povo sem leitura
Não vai a canto nenhum.

Faço uma comparação
Nessa estrofe eu aprumo
Para o caminho dos livros
Indico o certo rumo
Livro é calado e garganta
Leitura é como a planta
Rego, planto e consumo.

Livros são meus companheiros
São as flores do jardim
São suspenses, dores, vidas
Calmas, risos, estopim
Esse poeta revela
Eu nunca vivo sem ela
Ela não vive sem mim.

A leitura inicia
Pelos olhos da razão
E trespassa calmamente
No campo da intuição
Se pelos olhos começa
Pelo ouvido processa
E chega ao coração.

Meus amigos, parto já
Findo essa poesia
Termino o meu cordel
Com amor e alegria
O poeta vai embora
Mas, volta em outra hora
Adeus, até outro dia.
(Divulgado por Sueli Bortolin – Enviado para Infohome em 10/07/2006)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

entrevista

Entrevista
(Dada ao aluno Renato Brito Dantas do 3°ano do Sesc Educação, no dia 14/05/08)

1-Onde a srª nasceu e foi criada?
Nasci em Santa Luzia
Lugar igual nunca vi
Nessa terra abençoada
Por 23 anos vivi
Relembrando a juventude
Muitas saudades senti.

2- Qual é hoje a sua idade?
Minha idade eu lhe conto
51 anos de vida
20 foram pra estudar
E 31 anos na lida
O que me deixa contente
É que me tornei querida.

3- Quanto tempo faz que escreve cordel?
Não faz muito tempo, não
Por acaso eu comecei
Foi na minha despedida
Quando um poema formei
Ia deixar a minha escola
Nesse dia me aposentei.

4- Qual o seu melhor cordel?
Pra mim o melhor cordel
Digo sem pestanejar
“A saga da professora
Professora Nelcimá”
Nele conto a minha história
Algo que faz me orgulhar.

5- Qual a inspiração para escrever cordel?
Eu vou falar a verdade
Pra você meu caro irmão
Quando eu vou fazer cordel
Nem sempre vem inspiração
Vou pesquisando uma coisa
Palavras não faltam, não.

6- Por que a Literatura de cordel?
No mundo de professora
Escolhido com paixão
Leitura pra trabalhar
Cordel não dispensei, não
Motivo, ô minha gente!
Amor e satisfação.

7- O que a srª mais gosta na Literatura de cordel?
A leitura do cordel
Faz todo mundo gostar
E dependendo do tema
Você vai se aprofundar
Por isso estão exigindo
Até no vestibular.

8- O que dá prazer em escrever cordel?

Transformar algo em cordel
Sempre vai me dar prazer
Por ser coisa popular
No preço você já vê
Só nos resta incentivar
Pra o mais importante: ler.

9- Quantos cordéis já escreveu?
Alguns eu já escrevi
14 eu vou lhe contar
Mas por causa dum projeto
Eu não posso apresentar
Estão numa seleção
E eu tenho que aguardar.

10- Por que começou a escrever cordel?
Agora eu digo a você
E peço pra me escutar
Essa idéia de escrever
Pra alguma coisa contar
Surgiu da necessidade
De minha memória apurar.



Obrigada, caro aluno
Por você me entrevistar
Espero com minha resposta
Grande lição deixar
Mostrando a grande beleza
Da Cultura Popular.
Com carinho, Nelcimá

grupo de pesquisa da UFPB, do qual faço parte.

Linha de pesquisa
Estudos interdisciplinares em Cultura Popular: do medieval ao contemporâneo
Nome do grupo: Grupo Interdisciplinar de Estudos Medievais
Palavras-chave: cultura popular; hibridismo; medievalismo;
Pesquisadores:
Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne
Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque
Maria Nelcimá de Morais Santos
Mônica Leite da Nóbrega
Estudantes:
Árvore do conhecimento:
Lingüística, Letras e Artes; Letras; Literatura Popular;
Ciências Sociais Aplicadas; Comunicação; Folkcomunicação;
Ciências Sociais Aplicadas; Ciência da Informação; Biblioteconomia; Teoria da Classificação;
Setores de aplicação:
Educação superior
Objetivo: As pesquisas inseridas nesta linha de pesquisa buscam a reflexão da cultura popular em suas variadas ramificações, em especial as ressonâncias medievais na poesia popular brasileira

visite http://giem-estudosmedievais.blogspot.com

Momentos literários



SENAC - TARDE LITERÁRIA - 30 de maio de 2008
Tarde literária é uma atividade cultural, realizada sempre na última sexta-feira de cada mês, na biblioteca do SENAC, cuja finalidade é divulgar os talentos literários de autores paraibanos. Foi uma grande honra, para mim, participar deste evento que tanto enobrece o artista. Tive o prazer de fazer o lançamento de 15 cordéis, cujo trabalho deixou-me bastante orgulhosa pela atenção daqueles que me assistiam. Agradeço a todos pela oportunidade.

Outras participações:
Palestra nas escolas de Santa Luzia: ESCOLA COELHO LISBOA
ESCOLA PEDRO ANÍSIO e na ESCOLA ARLINDO BENTO

Recital na praça AQUILES LEAL - Jaguaribe - Circuito Cultural das Praças - 11/07 J. Pessoa-PB
Oficina de cordel no SESC EDUCACÂO - 05/08 J. Pessoa-PB
Mostra cultural no SESC EDUCAÇÃO 05/08 J. Pessoa-PB
Palestra na ESCOLA ESTADUAL ESC. JOSÉ LINS DO RÊGO - 06/08 J.Pessoa-PB
Exposição de Literatura de Cordel e xilogravura no São João de Santa Luzia-Pb - 22 e 23/06/08
Participação no S. João de João Pessoa - Recital naTENDA DO CORDEL 2008 28/06/08

sábado, 24 de maio de 2008

história do cordel feminino

Na história do cordel, a grafia da mulher praticamente não foi publicada, muitas mantêm seus cordéis em manuscrito. Talvez a única publicação que dê destaque a uma mulher cordelista seja a de Maristela Barbosa de Mendonça. O apagamento nesse contexto cultural impediu que muitas mulheres com vontade de cantar ou escrever, manifestassem seus talentos. O cuidado com a família, a valorização da piedade e o esquecimento do prazer, é nitidamente o que a civilização patriarcal incutiu nas mulheres, e nos homens, como sendo anseios naturais dos sujeitos femininos.

pesquisa

Além de escrever cordel, também faço uma pesquisa sobre Cultura Popular e exclusivamente a autoria feminina de cordel, na Paraíba. Ainda tenho poucos nomes, mas espero continuar com esse trabalho e conseguir um bom resultado. Eis aqui alguns nomes: Maria Diva, Maria Godelivie, Maria de Fátima Coutinho, Clotilde Tavares, Zilma Ferreira Pinto, Mª Julita Nunes, Francisquinha Medeiros, Maria de Lourdes Nunes Ramalho, Maria das Graças Cavalcante Freitas, Maria das Neves Batista Pimentel, Maria do Socorro Cavalcante Soares, Judith Jovithe das Neves, Rumana e sua irmã Clarice, faço restritamente uma representação, dentre dezenas que serão apresentadas em outro momento.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

DE PROFESSORA À CORDELISTA

DE PROFESSORA À CORDELISTA


Amigo, caro amigo
Contar pra você eu vou
Quase me aposentando
Foi aparecendo um pavor
Pavor de ser esquecida
E assim tudo começou.

Matutando o que fazer
Na Universidade cheguei
Como tava decidida
Fui lá, me matriculei
Vi Cultura Popular
Logo me identifiquei.

Agora eu digo a você
E peço pra me escutar
Essa idéia de escrever
Pra minha história contar
Surgiu da necessidade
Da minha memória apurar.

Preparei pra despedida
De professora uma poesia
Fechar com chave de ouro
Era tudo o que eu queria
Ia deixar a minha escola
E era assim que eu dizia:

“Aqui eu vou registrar
31 anos de história
Nas muitas salas de aula
Que para mim é uma glória
Vou contar tudo a vocês
Que eu fiz por merecer
E conto agora a vitória”

A vida da professora
Num cordel eu destrinchei
E com 25 estrofes
Minha trajetória contei
O que me deixou feliz
Foi que a muitos agradei.

Continuei escrevendo
Tudo eu queria registrar
O povo da minha casa
Passou a se incomodar
Mas eu não me intimidei
E comecei logo a pensar:

“Essa coisa de escrever
Pra muito veio me ajudar

Cada vez que me aperreiam
Mais versos eu vou criar
Para mostrar pro cordel
O quanto eu vou ser fiel

A esse dom que Deus me dá".

LITERATURA DE CORDEL

A literatura de cordel, criação de poemas em versos publicados em folhetos, é um dos filões mais ricos da cultura popular. Com o seu estilo particular, o cordelista faz na sua composição poética uma mistura de fato e ficção. Relata os fatos com poder de criação e liberdade de expressão de cada poeta.
“Essa poesia caminha inexoravelmente para a absolescência. à medida que as tradições rurais vão sendo engolidas pelas novas modalidades da arte popular urbana trazidas pelos modernos meios de comunicação de massa – o rádio, a televisão, o cinema – não Snecessita de muletas, nem de caridade. Anda por seus próprios pés. Possui técnicas e excelências nada desprezíveis e por vezes surpreende o poeta cultivado não só pela diretidade de sua linguagem, como pela sutileza e achados imprevistos”.Campos. 1988, p. 257.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Literatura de cordel

A literatura de cordel é um dos veios mais abundantes da cultura popular. Sua história inicia-se na Idade Média e no Renascimento com o romanceiro luso-espanhol.
No mundo antigo, a escrita se organizava de forma rítmica e repetitiva. Eram usados refrões na elaboração de documentos, nos rituais, na composição de hinos com a intenção de facilitar a compreensão e memorização de seus conteúdos. A poesia em língua portuguesa surge no final do século XI. A poesia palaciana apresenta seu próprio ritmo e melodia, obtidos a partir da métrica, da rima, das sílabas tônicas e átonas.
Trazida pelos portugueses, a Literatura de cordel chegou ao Brasil desde o início da colonização. Foi através deles que a poesia trovadoresca difundiu-se pelo nosso país. Os folhetos brasileiros começaram a ser impressos na metade do século XIX, despontando com suas características próprias e se incorporando ao regional e ao folclórico.